Nesta terça feira (30), moradores das zonas rurais de Itabirito e Ouro Preto começaram a ser cadastrados para serem transferidos para hotéis da região, durante o mês de julho, de acordo com as suas preferências. Essa é uma medida preventiva de segurança decorrente da ampliação da Zona de Autossalvamento (ZAS) das barragens Forquilha I, II, III e IV e Grupo, do Complexo de Fábrica da Vale.
O aumento dos limites da ZAS é resultado do Termo de Compromisso firmado entre o Estado de Minas Gerais, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Vale para a revisão do “dam break” dessas barragens, ou seja, mapeamento da mancha de inundação, plano de ações emergenciais, quantificação de danos e riscos, classificação do dano potencial associado e requisito legal e responsabilidade social. O novo estudo passou a considerar um cenário extremo de rompimento das quatro estruturas ao mesmo tempo e segue as diretrizes previstas no TC assinado com o MPMG.
A Defesa Civil informou que irá conduzir a realocação de forma planejada com o apoio da Vale e que as famílias irão receber assistência integral da empresa. Além da hospedagem em hotéis e, posteriormente, em moradias temporárias com aluguel social custeado pela mineradora, as mesmas serão assistidas por atendimento psicossocial, alimentação e transporte para necessidades básicas e emergenciais, como trabalho, escola e consulta médica. Seus animais também serão resgatados e acolhidos na fazenda administrada pela Vale na região, onde ficam sob cuidados de 50 médicos veterinários, biólogos e auxiliares.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, a operação cumprirá todos os protocolos de saúde e segurança recomendados diante do quadro de pandemia da Covid-19. Outras 11 famílias já haviam sido realocadas em 2019, em virtude da subida de nível de alerta das Forquilhas I e III.
Segundo a Defesa Civil, não houve alteração nos dados técnicos das estruturas ao longo dos últimos meses e que as últimas inspeções não detectaram anomalias. Além disso, foi informado que as barragens do Complexo de Fábrica são monitoradas continuamente por meio de piezômetros automatizados, radares terrestres, estações robóticas totais, capazes de detectar movimentações milimétricas, e microssísmica, além de observadas por câmeras de vigilância 24 horas por dia pelo Centro de Monitoramento Técnico (CGM) da Vale.
Em janeiro de 2019, a Vale iniciou o Plano de Ação de Emergência de Barragens (PAEBM) das barragens de Forquilhas e Grupo, na zona rural de Ouro Preto. Na ocasião, a mineradora informou em nota que iria remover cerca de 125 moradores que vivem próximas a cinco barragens para acelerar processo de descomissionamento.