O Festival Mundial de Circo – um dos principais festivais internacionais de circo contemporâneo – chega a sua 21ª edição e volta ao calendário cultural da cidade no formato presencial. A programação oferece a “Mostra de Cenas Circenses” com trabalhos autorais de 10 artistas originários do Brasil, Colômbia e Canadá, oficina de palhaçaria e uma exposição itinerante de fotografias que resgata os mais de 20 anos do festival. Em turnê por Minas Gerais para comemorar os seus 25 anos de história, o Grupo LaMínima, de São Paulo, também participa do evento, com apresentações de espetáculos nas ruas e praças, e o lançamento do livro “Domingos Montagner: o espetáculo não para”, escrito por Oswaldo Carvalho, a partir de uma vasta pesquisa documental sobre a vida e a carreira do ator, que desempenhou um papel importante no renascimento do circo no Brasil.
A 21ª edição do Festival Mundial de Circo é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e acontecerá de 4 a 11 de agosto, no Galpão Cine Horto, no Instituto HaHaHa, na Praça Duque de Caxias (Santa Tereza), Praça Carlos Chagas (Santo Agostinho), no Parque Municipal e no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro (Centro). A programação completa está no site www.festivalmundialdocirco.combr.
“O Festival Mundial de Circo reúne artistas nacionais e internacionais desde 2001, com o objetivo de fomentar e valorizar a arte circense, que é universal. Depois de 19 anos realizando um festival com as grandes estruturas que o circo exige, em 2021, nos deparamos com um desafio: fazer a 20ª edição em um formato virtual que de fato alcançasse o público. Então, em julho, criamos uma plataforma com todos os atributos estéticos do circo, montamos uma programação com 22 trabalhos de artistas originários do Brasil, Canadá, Espanha, França, Holanda e Uruguai, e tivemos uma plateia on-line de 20 mil pessoas, reafirmando a força e resistência do circo. Agora, está na hora de voltarmos para as praças, ruas e palcos da cidade”, diz Fernanda Vidigal, idealizadora e coordenadora do Festival Mundial de Circo.
A “Mostra de Cenas Circenses” desta edição reúne artistas do Brasil, da Colômbia e do Canadá, com números autorais curtos (até 5 minutos) que trazem uma diversidade de estética, estilo e técnicas da arte do circo, como o malabarismo, o trapézio, a palhaçaria, o equilíbrio, o ilusionismo, o contorcionismo entre outras. O talento de cada artista poderá ser visto pelo público em um único espetáculo, montado por um diretor convidado. “A plateia não irá assistir aos números individuais, mas a um espetáculo, com uma hora de duração, e todos os recursos necessários: cenário, luz, trilha, mestre de cerimônias. Dedicamos dois dias para ensaios, com todos os artistas e o diretor convidado. Esse processo de montagem possibilita a troca de experiências e estimula o intercâmbio na arte circense”, explica Fernanda Vidigal.
O diretor convidado é o multiartista Ronaldo Aguiar, do Recife, nome referência do circo brasileiro, com passagens por companhias conceituadas como ‘Circo Roda’, ‘Circo Marcos Frota’, ‘Circo Zanni’, ‘Academia Brasileira de Circo’ e ‘Circo Mínimo’, além do ‘Universoul Circus’ nos EUA. “O Ronaldo Aguiar transita por diversos gêneros das artes cênicas. Além de diretor, é bailarino, coreógrafo, ator, palhaço e artista circense. A montagem do espetáculo irá possibilitar uma troca muito rica, permeada por diversas linguagens”, afirma Fernanda. A “Mostra de Cenas Circenses” acontecerá no Galpão Cine Horto, nos dias 06 e 07 de agosto (sábado, às 21h, e domingo, às 19h). Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada) e poderão ser adquiridos no site www.sympla.com.br ou na bilheteria do teatro 1 horas antes do início do espetáculo (sujeito a lotação do espaço).
O Grupo LaMínima, de São Paulo, conhecido pela palhaçaria clássica combinada com números de dança, acrobacia cômica e excêntricos musicais, completa 25 anos de trajetória em 2022 e comemora com a circulação de seus espetáculos por vários estados, incluindo Minas Gerais. A Belo Horizonte, o grupo traz o seu repertório como parte da programação do Festival Mundial de Circo, para apresentações gratuitas em espaços públicos da cidade. “O LaMínima faz parte da história do festival, com participações desde a primeira edição. Retornar com as apresentações dos espetáculos do grupo é um privilégio desta edição”, afirma Fernanda Vidigal.
Para Luciana Lima, atriz e diretora do LaMínima, participar do Festival Mundial de Circo foi muito importante para carreira artística do grupo. “Estamos no Festival desde a primeira edição, em 2001, quando ganhamos em 1º lugar na Mostra Internacional de Número Circense, com número acrobático e trapézio das bailarinas, o que gerou o convite para participarmos da competição de número circense no Festival de Cirque de Demain em Paris, 2002. Pessoalmente, me arrisco a dizer que o Festival Mundial de Circo foi uma ‘grande madrinha’ para o LaMínima. Participar pela primeira vez de um festival de circo, em meio a tantos grupos, trupes, artistas que ali eram referências e inspirações do grupo, foi como um grande batismo, que deixou suas bênçãos para uma vida longa, próspera e potente artisticamente. Estarmos de volta ao Festival e na comemoração dos nossos 25 anos é muito gratificante. A plateia poderá revisitar alguns dos nossos espetáculos e conferir a um trabalho inédito na cidade, que é o Circo Charanga”, conta Lucina Lima.
O público poderá assistir, de graça, a trabalhos que consagraram o LaMínima como um dos principais grupos circenses do país: dia 04 de agosto, quinta-feira, às 12h, no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro – espetáculo RÁDIO VARIÉTÉ: três artistas do teatro de variedades num local público começam a instalar uma parafernália “um tanto” tecnológica, porém aparentemente obsoleta. Aos poucos este conjunto toma forma de um estúdio de “rádio-circo-teatro”, onde desfilarão atrações jornalísticas-dramático-musicais. Dia: 05 de agosto, sexta-feira, às 19h30, na Praça Duque de Caxias, bairro Santa Tereza – espetáculo LUNA PARKE: um parque ambulante apresenta aos visitantes, um acervo com as mais fantásticas atrações: “Monga a Mulher Gorila”, “Johnny o Homem – Bala” e muitas outras surpresas! Dia: 07 de agosto, domingo, às 11h, na Praça Carlos Chagas, bairro Santo Agostinho – espetáculo CIRCO CHARANGA (inédito em BH): três palhaços erguem uma pequena lona no meio da rua e apresentam um espetáculo de variedades. Em meio a belos screamers, as tradicionais marchas circenses executadas pelas charangas, lançam desafios, apresentam reprises, números de habilidade e de música excêntrica, nos moldes dos circos clássicos. Dia: 11 de agosto, quinta-feira, às 9h no Parque Municipal (Av. Afonso Pena 1377) – espetáculo REPRISE: prontos para iniciar sua apresentação, dois palhaços descobrem que foram contratados para o mesmo local, no mesmo horário, pela mesma pessoa. Depois de muitas tentativas de provar um ao outro sua prioridade no picadeiro, decidem realizar o trabalho juntos. O acesso as apresentações nas ruas e praças é livre. Para assistir ao espetáculo no Parque Municipal é necessário retirar ingresso pelo site www.sympla.com.br).
Uma exposição itinerante de fotografias revista a trajetória do Festival Mundial de Circo, a partir de 25 registros das 20 edições do evento. As fotos serão impressas em tecidos e “penduradas em um grande varal” nas ruas e praças durante as apresentações do Grupo LaMínima. A programação conta, ainda, com a oficina gratuita “Palhaçaria – entradas clássicas e comicidade física”, ministrada pelo LaMínina. As aulas acontecerão nos dias 08 e 09 de agosto, no Instituto HaHaHa (Rua Estrela do Sul, 126, Santa Tereza), de 17 às 20h. Para participar é necessário inscrição por meio de formulário pelo link: https://forms.gle/2Qm8yVfM6XdDNR8b9. Inscrições abertas até 1 de agosto.
No dia 06 de agosto, sábado, às 19h30, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui 3613, Horto) o festival recebe o lançamento do livro “Domingos Montagner – O espetáculo não para”, a partir de uma vasta pesquisa documental e de entrevistas com 80 parentes, amigos, artistas e parceiros de todas as fases da carreira de Domingos. “A ideia de criar um livro sobre Domingos surgiu de uma conexão quase metafísica que estabeleci com ele. Ao longo do processo, fui me dando conta de que essa conexão se deu por afinidades preexistentes, principalmente do ponto de vista da forma de ver o mundo e de lidar com as pessoas e com a arte. Almas de artistas são atraídas para o mesmo lugar”, conta Luciana Lima, esposa de Domingos Montagner.
Escrito por Oswaldo Carvalho, o livro traz mais de 150 fotos, muitas delas inéditas, do acervo pessoal do ator, cedidas pela esposa Luciana Lima e pelo irmão Francisco Montagner. O leitor ainda tem a chance de conhecer o talento de Domingos como desenhista (outra das atividades que exerceu), a partir de ilustrações que fez ao longo da vida. O resultado é uma biografia repleta de imagens, narrada como se fosse um romance, com reviravoltas, surpresas e passagens emocionantes. “Falar sobre Domingos é falar sobre o espírito do mundo, do que nos anima a viver essa experiência humana através da arte. Então, convidei o jornalista Oswaldo Carvalho para contar essa história, por seu talento para escrever com a clareza e a riqueza de detalhes que ela exigia. O livro é o registro de sua trajetória e inspiração para as gerações seguintes”, conclui Luciana Lima.
Para Fernanda Vidigal, receber o lançamento do livro do Domingos no Festival Mundial de Circo é um presente. “É uma honra ser palco da história de um artista tão generoso, que sempre participou e incentivou o Festival Mundial de Circo, desde a primeira edição. Uma característica marcante do Domingos era a sua generosidade, com todas as pessoas. Ele era um mestre, comandava a sua trupe com muito cuidado, sabedoria e carinho. Se entregava e amava muito o que fazia. O Domingos era um artista completo, na sua competência e na sua forma de conviver com todos os que o rodeavam. E ele deixou esse legado para o Festival”, lembra Fernanda Vidigal.
Esse projeto conta com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
DOMINGOS MONTAGNER – O ESPETÁCULO NÃO PARA
Atendente de bar, assistente de almoxarifado, jogador de handebol, professor de educação física, cenógrafo, trapezista… Domingos Montagner trilhou um caminho improvável até chegar à televisão aos 46 anos. Mas entre as muitas atividades que exerceu, nada lhe dava mais orgulho do que ser palhaço e ter o circo como seu palco principal. Escrita pelo jornalista Oswaldo Carvalho, a biografia Domingos Montagner – O espetáculo não para (Editora Máquina de Livros) narra a trajetória de Domingos desde a infância no Tatuapé, em São Paulo, até se consagrar como um dos maiores atores brasileiros deste século.
A história de Domingos se confunde com o renascimento do circo no Brasil entre o fim dos anos 1980 e os 1990. Oswaldo traz o leitor para o dia a dia de Mingo – como era chamado na infância – e sua inquietação até descobrir o mundo artístico. As primeiras experiências no teatro amador, o talento para criar e manipular bonecos, as aulas na Circo Escola Picadeiro, as dificuldades enfrentadas como artista de rua e as viagens pelo mundo em festivais, tudo é contado em detalhes, recheado de diálogos, situações inusitadas e episódios nunca revelados.
Oswaldo também reconstrói histórias do cinema e da TV, quando Domingos se tornou pivô de disputas ferrenhas entre diretores, ao mesmo tempo em que encantava colegas pela humildade e generosidade num meio habituado a estrelismos. Sua morte no Rio São Francisco, nos últimos dias de gravações de “Velho Chico”, em que interpretava o protagonista da trama, chocou e comoveu o país.
O espetáculo não para foi escrito a partir de vasta pesquisa documental e de entrevistas com mais de 80 parentes, amigos, artistas, diretores e profissionais que participaram de todas as fases da carreira de Domingos. Desde o inseparável parceiro Fernando Sampaio e o saudoso Luiz Gustavo (que fez um texto especialmente para Domingos, reproduzido no livro) até estrelas com quem contracenou, como Antônio Fagundes, Lilia Cabral, Ingrid Guimarães, Cauã Raymond, Maria Fernanda Candido, Gabriel Leone, Camila Pitanga e muitos outros. O texto da orelha é da atriz Denise Fraga, amiga que conviveu de perto com Domingos.
A trajetória do Domingos parece uma sinopse de filme: um palhaço trapezista que vira galã de novelas prestes a completar 50 anos. Durante as pesquisas e as entrevistas, ficou claro que ele foi um dos protagonistas da virada na história do circo. Graças a artistas como Domingos, voltamos a assistir espetáculos circenses inovadores – conta Oswaldo, que levou três anos trabalhando no livro. FICHA TÉCNICA – Autor: Oswaldo Carvalho | Editora: Máquina de Livros | Preço: R$ 69 (impresso) e R$ 49 (e-book) | Páginas: 352 | Gênero: Biografia
LAMÍNIMA
A Cia LaMínima há mais de duas décadas cria, produz e apresenta espetáculos fundamentados na arte do circo e do palhaço. Nesta trajetória foram 16 espetáculos inspirados em manifestações populares de comunicação e cultura que podem ser desde a literatura clássica ou parques de diversão, como também a arte medieval, os quadrinhos ou os programas de rádio.
Domingos Montagner e Fernando Sampaio conheceram-se no Circo Escola Picadeiro em São Paulo, onde iniciaram a dupla de palhaços. Ali criaram e levaram às ruas, reprises, entradas e outros números circenses, desenvolvidos sob a orientação do Mestre Roger Avanzi, o Palhaço Picolino. Em 1997, criam o Grupo LaMínima, com a estreia do espetáculo “LaMínima Cia. de Ballet”, baseada no humor físico e nas clássicas paródias acrobáticas.
Desde então, o circo e a arte do palhaço de picadeiro conduzem o trabalho da companhia que totaliza 16 espetáculos, como: À La Carte (2001); Piratas do Tietê, o filme (2003); Reprise (2007); A Noite dos Palhaços Mudos (2008), inspirada em HQ de Laerte; O médico e os monstros (2008); Rádio Variété (2010) – espetáculo que marca, também, a entrada do artista Filipe Bregantim na companhia; Mistero Buffo (2012), de Dario Fo., tradução e direção de Neyde Veneziano, espetáculo que concretiza a entrada do ator, palhaço e músico Fernando Paz no LaMínima; o infantil Classificados (2014) de Paulo Rogério Lopes e direção de Domingos Montagner; Pagliacci (2017), adaptação de Luís Alberto de Abreu e direção de Chico Pelúcio; e Ordinários (2018), retomando a parceira com o diretor Alvaro Assad e dramaturgia de Newtom Moreno. A companhia possui também ampla trajetória em festivais de teatro e circo nacionais e internacionais como: Festival de Curitiba,mostra oficial (2000); 23º Festival Mundial de Circo de Demain – Paris (2002); Teatralia – Madrid (2002); 21º Festival Internacional Teatro a Mil – Fitam – Chile (2004); Festclown de Brasília (2006 e 2009, 2011, 2013 e 2015); Festival Internacional
de circo do Brasil (2001, 2003, 2012, 2015, 2018), entre outros.
Dentre os principais prêmios recebidos estão: Prêmio Governador do estado de São Paulo para a cultura categoria Circo (2018); 30º Prêmio Shell de Teatro categoria melhor música (2018) por Pagliacci; melhor direção no Prêmio do Humor Rio 2018, por Pagliacci; Prêmio Shell de Teatro/SP, melhor ator para Domingos Montagner e Fernando Sampaio; Prêmio de Melhor
Espetáculo de Sala Convencional e melhor elenco através do Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2008, ambos por A noite dos palhaços mudos; dois APCA: melhor espetáculo infanto juvenil, por Piratas do Tietê ,o filme e melhor espetáculo com técnicas circenses, por À La Carte; Prêmio Coca Cola Femsa na categoria especial pela valorização de números circenses de humor
físico de 2007, por Reprise.
Atualmente os artistas Fernando Sampaio, Fernando Paz, Filipe Bregantim e Luciana Lima, compõem o núcleo da companhia LaMínima participando de todos os espetáculos, criações e projetos do grupo.
RONALDO AGUIAR
É bailarino, coreógrafo, ator, palhaço, artista circense e diretor. Iniciou seus estudos em Recife com dança popular e durante sua trajetória teve a oportunidade de pesquisar e experimentar várias linguagens como o ballet clássico, dança contemporânea e acrobacia área. Está nos Doutores da Alegria desde 2002 e atualmente é Diretor Artístico da Instituição. Participou das companhias de Circo mais conhecidas no Brasil como Circo Roda, Circo Marcos Frota, Circo Zanni, Academia Brasileira de Circo, Circo Mínimo e Universoul Circus nos EUA. Como bailarino, participou do espetáculo Atônito, Barro Macaxeira e O Olhar Risível do Corpo (Trabalho que mescla dança e a arte do palhaço). Ganhou o Prêmio FEMSA de melhor ator infantil em 2015 pelo espetáculo “Simbad – O Navegante” e, também, recebeu o prêmio APCA de melhor espetáculo de palhaço infantil com “Antes do Dia Clarear”, do diretor Fernando Escrich. Em 2019 dirigiu quatro projetos importantes para disseminação da arte do circo em São Paulo e Belo Horizonte. O número Sempre Diva com a atriz palhaça Luciana Viacava, espetáculo Circo da Cuesta com a Cia Beira Serra de circo teatro, o espetáculo Mulambo e Risotto em Lá Ursa da trupe Mineira Mulambo do Sertão e o espetáculo História de Papelão da Trupe Baiao de Dois.
Fonte: Silvana Cardoso/Assessoria de Comunicação