Quem é Geneviève Jeanningros, a freira que chamou atenção no velório do Papa Francisco?

Por João Paulo Silva
Quem é Geneviève Jeanningros, a freira que chamou atenção no velório do Papa Francisco?

Uma cena comovente chamou a atenção do mundo durante o velório do Papa Francisco, na última quarta-feira (23), na Basílica de São Pedro. A freira franco-argentina Geneviève Jeanningros, de 81 anos, rompeu o protocolo e permaneceu por minutos em frente ao caixão do pontífice, emocionada e em oração. O momento, incomum diante da rigidez dos cerimoniais do Vaticano, evidenciou a forte ligação entre a religiosa e o Papa.

Segundo o Vaticano, Geneviève pertence à Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus e há mais de 50 anos vive em uma caravana no Luna Park de Ostia, periferia de Roma. Seu trabalho é focado no acolhimento e apoio a grupos marginalizados, incluindo pessoas em situação de rua, profissionais do sexo e integrantes da comunidade LGBTQIA+.

Sua conexão com Francisco remonta à época em que ele ainda era Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires. A relação se intensificou quando Geneviève compartilhou com o então arcebispo o desaparecimento de sua tia Léonie Duquet, religiosa francesa vítima da ditadura militar argentina, em 1977.

Geneviève é reconhecida por facilitar encontros do Papa com grupos geralmente distanciados da Igreja Católica. O Vaticano relatou que a religiosa ia à Praça São Pedro todas as quartas-feiras para cumprimentar o pontífice e organizou audiências privadas com pessoas trans, casais homoafetivos e familiares vítimas de preconceitos, incluindo os atingidos pela pandemia da COVID-19.

Em 2024, Francisco visitou pessoalmente a comunidade de Geneviève em Ostia, abençoando uma estátua dedicada à Virgem Maria, padroeira dos artistas circenses, e reforçando o compromisso papal com causas sociais e de inclusão.

O gesto de Geneviève fica marcado na história como símbolo da mensagem de compaixão e inclusão que caracterizou o pontificado de Francisco, além de um enorme gesto de gratidão e amizade. O silêncio respeitoso da segurança do Vaticano ao permitir a proximidade da freira reforçou a relevância de sua figura para a trajetória espiritual e social do Papa argentino. A imagem da religiosa em frente ao caixão já é considerada um dos momentos mais emblemáticos do velório.

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