Recentemente, tem sido reportado o cancelamento de alguns cadastros do Bolsa Família, o programa social mais popular do Brasil que beneficia cerca de 21 milhões de pessoas. No estado do Rio Grande do Sul, estima-se que 60 mil famílias serão desligadas do programa. Mas afinal, qual a razão para esses cortes? Este artigo busca esclarecer essa questão.
De fato, os beneficiários que apresentavam irregularidades em suas inscrições no Bolsa Família estão sendo excluídos. Esses cortes iniciaram neste ano e se intensificaram durante o mês de março. A principal irregularidade encontrada foi relacionada à renda mensal dos beneficiários que foram excluídos do programa.
Entenda
O alto número de cancelamentos do programa Bolsa Família se deve à realização de um processo de revisão que tem como objetivo reduzir o número de beneficiários, mantendo apenas as famílias que realmente precisam da ajuda financeira oferecida pelo programa social, que é de R$ 600 por mês.
No Rio Grande do Sul, foi anunciado em março que algumas famílias seriam desligadas do programa e, como resultado, pelo menos 30 mil famílias que estavam na fila de espera serão beneficiadas. Os cortes vão continuar até que todas as pessoas que não atendem aos critérios do programa sejam retiradas.
As famílias unipessoais – compostas por uma única pessoa – são um dos principais alvos da revisão, já que o número de cadastros desse tipo aumentou significativamente no antigo programa Auxílio Brasil, especialmente nos anos de 2021 e 2022. No entanto, é importante destacar que essas famílias não são as únicas sendo revisadas, mas são o foco principal.
A fiscalização deve atingir todos os beneficiários do programa e há a possibilidade de que algumas pessoas saiam do programa voluntariamente, antes mesmo da fiscalização encontrar qualquer irregularidade.
Pente fino
Conforme mencionado anteriormente, todos os beneficiários devem passar por uma revisão rigorosa. Até o momento, 60 mil famílias tiveram seus benefícios cancelados, porém, apenas no estado do Rio Grande do Sul, estima-se que existam pelo menos 633 mil grupos que recebem o pagamento. Portanto, é imprescindível que todos os beneficiários passem por fiscalização.
Aqueles que não atenderem aos critérios estabelecidos deixarão de receber a parcela de R$600 e até mesmo os valores adicionais do Bolsa Família, como é o caso da parcela de R$150 destinada a crianças de até seis anos de idade, famílias que possuam renda superior a R$218 por pessoa que reside na mesma casa e pessoas que não atualizaram seus dados no Cadastro Único (CadÚnico) por um período de dois anos ou mais.
Outra exigência do novo Bolsa Família é a necessidade de comprovar a frequência escolar de crianças e adolescentes, além da atualização do cartão de vacinação desses grupos.
