O governo federal cancelou novas bolsas de mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de outras instituições em outros estados brasileiros.
De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão associado ao Ministério da Educação (MEC), o motivo dos cortes estaria relacionado ao estado “ocioso” das bolsas. No entanto, segundo a Capes, as vagas estavam sem utilização por apenas 15 dias, no aguado da seleção dos candidatos que iriam utilizá-las.
Em uma nota, a pró-reitora de pós-graduação da Unicamp afirmou: “As universidades foram pegas de surpresa. Nenhum comunicado foi feito.” De acordo com a instituição, a estimativa inicial é de que cerca de 40 bolsas foram cortadas.
Já para o pró-reitor de pós-graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, o momento é de preocupação. No entanto, Carlotti Junior destacou que “é importante que aguardemos novas informações e continuemos nossas atividades para termos uma pós-graduação de excelência na USP com apoio da Capes”.
A Unesp, por sua vez, informou ter registrado cortes em quase todos os seus programas de pós-graduação, mas que ainda dimensiona o número total. “Os coordenadores do programam estão me pedindo ajuda, pois se sentem responsáveis pelos estudantes. São pessoas que pediram demissão do emprego, deixaram de lado outros compromissos e se programaram para estudar contando com o recurso”, disse a pró-reitora de pós-graduação da instituição, Telma Teresina Berchielli. A professora ainda declarou que a instituição ainda não possui a dimensão real dos prejuízos que os cortes causaram, mas que a situação é caótica.
As três universidades paulistas que sofreram os cortes em suas bolsas de mestrado e doutorado são as que mais produzem conhecimento científico no país, segundo o relatório Web of Science, realizado peça Calrivate Analytics. Juntas, as universidades são responsáveis por 33,8% dos artigos publicados pelo Brasil.