Após três dias da tragédia humana, ambiental e animalista causada pelo estouro da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, o Greenpeace, por meio do geógrafo Marcelo Laterman, pediu a imediata suspensão das atividades nas 167 barragens de rejeitos da mineradora Vale que estão em operação no ´Brasil.
“Será que todas elas também são bombas ativas que podem explodir a qualquer momento?”, questiona Laterman, que está em Brumadinho.
“Pedimos que a operação dessas barragens seja paralisada imediatamente e que uma revisão de engenharia seja efetivamente executada, oferecendo segurança para as pessoas, o meio ambiente e a economia do País. Não podemos deixar todo um sistema nas mãos de uma empresa negligente e criminosa.”
O geólogo ainda chama a atenção para o fato de que não se trata de um acidente pontual. “É um problema sistêmico de grandes empreendimentos em áreas sensíveis, que são aprovados sem precaução. A flexibilidade dos processos de licenciamento permitiu termos essas bombas. O que a gente percebe é que o licenciamento passou a ser um procedimento já ganho pelas empresas, para garantir a operação, e não uma forma de estabelecer medidas eficazes de mitigação de riscos ambientais e prevenção de acidentes, que seria o objetivo original.”
Laterman também lembra que a Vale é reincidente, citando o caso de Mariana, há três anos, em que a barragem do Fundão entrou em colapso matando 19 pessoas e deixando mais de 300 desabrigadas. “A Vale não pode continuar operando nessas condições”, afirmou, lembrando que a barragem 6, em Brumadinho, estava sob o risco de se romper. “Precisamos paralisar todas as barragens, fazer um levantamento, uma análise por um corpo idôneo e independente, para interromper essa lógica da impunidade.”
* Com informações da Itatiaia