Durante a restauração da Igreja Bom Jesus de Matozinhos, São Miguel e Almas, localizada no bairro Cabeças, em Ouro Preto, foi identificado o piso original de lajes de pedra na lateral direita do templo. A descoberta ocorreu na quarta-feira (18 de junho), durante visita técnica com a presença de representantes do poder público e da área de patrimônio.
Segundo a arqueóloga Maíra Mendes, a estrutura corresponde ao piso do período de fundação da igreja e havia sido recoberta por concreto em intervenções anteriores. O material será mantido exposto, e áreas complementares serão preenchidas com lajes do mesmo tipo de pedra (pedra Ouro Preto).
A visita técnica contou com a presença do prefeito Angelo Oswaldo, da vice-prefeita Regina Braga, de membros do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto (Compatri) e da equipe técnica da obra.
Obra chega à metade com reforço estrutural e melhorias gerais
Atualmente, a restauração encontra-se com aproximadamente 50% das ações concluídas. A primeira fase tem entrega prevista para janeiro de 2026 e será seguida por outras duas: contenção da encosta lateral e restauração de elementos artísticos.
De acordo com o gerente de Cultura de Ouro Preto, Wanderson Gomes, o templo permaneceu fechado por cerca de dez anos em razão de riscos estruturais. A mobilização da Prefeitura garantiu a captação de recursos junto ao Governo Federal, possibilitando o início da intervenção no segundo semestre de 2024.
Entre os serviços já executados estão: estaqueamento de contenção da torre, reforço estrutural, reconstrução de 99% do telhado, restauração de 85% dos pisos, drenagem profunda em fase final e início da drenagem superficial. A pintura externa das torres também foi iniciada.
A revisão do sistema elétrico já foi concluída, com substituição de cabos e tubulações. O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) está instalado, e os forros dos corredores laterais estão em processo de recuperação.
A obra é executada com recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do orçamento municipal. A gestão é da Secretaria de Cultura e Turismo de Ouro Preto, por meio do Departamento de Projetos Especiais (Proesp), em parceria com o Escritório Técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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