O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) relembrou na última quarta-feira, 27, em matéria de destaque no site da instituição, a visita dos modernistas Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e do poeta francês Blaise Cendrars. Ouro Preto recebeu essas personalidades há 100 anos, durante a Semana Santa de 1924.
A publicação recorda do que ficou conhecido como “Viagem de Redescoberta do Brasil”, pois, ao percorrer as ruas de paralelepípedos e admirar as grandiosas igrejas barrocas, os modernistas encontraram inspiração em cada detalhe arquitetônico e nas obras de arte esculpidas por mestres como Aleijadinho ou pintada por Manuel da Costa Ataíde.
“A visita dos modernistas a Ouro Preto não apenas despertou um novo olhar para o patrimônio histórico brasileiro, mas também teve um impacto duradouro no desenvolvimento de políticas de preservação cultural no país. Foi um marco que impulsionou a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), atual Iphan, em 1937”, informa o Iphan.
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Comemoração do centenário
Para comemorar o centenário da visita dos modernistas à cidade, a Casa de Gonzaga – construção do século XVIII que foi residência do jurista, poeta e inconfidente Tomás Antônio Gonzaga e palco de encontros dos líderes da Inconfidência Mineira – recebe a exposição A viagem da redescoberta: os modernistas nas cidades históricas de Minas, celebrando os 100 anos (1924-2024), durante a Semana Santa de 2024. Na exposição há 18 livros e revistas originais, em primeira edição, relacionados aos ilustres visitantes de 1924. Estão lá, entre outros, as primeiras edições de Paulicéia Desvairada, Macunaíma, Clã do Jabuti, Pau-Brasil, Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade, Feuille de Route de Cendrars, além de exemplares das revistas modernistas Klaxon e Verde, do grupo modernista de Cataguases.
Expectativas para a Semana Santa de Ouro Preto
Para 2024, Ouro Preto espera receber cerca de R$ 30 mil turistas. A Semana Santa é um dos principais eventos da cidade, tendo os tapetes devocionais feito de serragem e as procissões históricas como grandes atrativos. Durante este período, as igrejas barrocas da cidade se tornam pontos de convergência para os devotos que buscam vivenciar essa tradição centenária.