Iniciado em 2018, o projeto realiza obras de interligações dos esgotos domiciliares à rede interceptora, monitoramento da água e ações de educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância de cuidar do rio Itabirito e dos córregos da cidade.
Desde que o projeto começou, 88% dos córregos São José e Criminoso e 96,8% do córrego Carioca já estão limpos e sem mau cheiro.
O município de Itabirito está localizado no Alto Rio das Velhas e faz parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com uma população de pouco mais de 50 mil habitantes, dividida em, aproximadamente, 60 bairros. “Temos 23 bairros na região do córrego de São José e isso representa quase 50% do município.
Antes o esgoto desses bairros era todo lançado in natura para o curso d’água.
Nós interligamos quase tudo (na rede interceptora)”, explica o engenheiro sanitarista da SAAE, Wanferson Ricardo Murta, responsável pelos esgotos e drenagens na empresa. Antes e depois do tratamento de esgoto nos cursos d’água da região: Crédito: Foto arquivo SAAE Morador desde que nasceu do bairro São José, o lanterneiro Raimundo Alves Gonçalves convive com o córrego São José, que passa ao lado de sua casa, há 51 anos.
Um lugar que, na infância, foi motivo de diversão, foi se transformando em incômodo e ameaça à saúde dos moradores que vivem na margem do curso d’água devido a poluição com o passar dos anos. “Eu pensei que ia morrer e não ver isso pronto.
Antes ninguém aguentava não.
Era mau cheiro, mosca, rato, barata, coisas de arrepiar o cabelo”, conta Raimundo sobre como era a realidade do córrego antes do início das obras da SAAE.
O lanterneiro explica que, há 40 anos, o córrego São José começou a sofrer com a poluição e que em menos de um ano de trabalho de tratamento do esgoto já deu para notar a diferença da água. “Foi uma paz isso aí.
Você vê essa água limpinha assim, dá vontade de ficar brincando igual menino.
Se continuar assim, daqui uns dias vai dar para tomar dessa água e voltar a tomar banho aí dentro.
Vou virar menino de novo”, comemora. A imagem à esquerda mostra a proximidade da casa do morador Raimundo com o córrego São José, que antes recebia o esgoto sem tratamento.
Crédito: Michelle Parron Processo de tratamento do esgoto Todo o esgoto de Itabirito, coletado nas nove estações elevatórias em funcionamento, são enviados para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no bairro Mazagão, onde passa por várias etapas de tratamento antes de retornar ao curso d’água no rio Itabirito.
Atualmente, a remoção de matéria orgânica vai de 85% a 90% de eficiência.
Isso significa que, quando a água retorna ao rio, o próprio curso d’agua é capaz de depurar essa água antes de chegar nas zonas de captação de Bela Fama ou em zonas de confluência com o rio das Velhas. Peneiramento para retirada de material grosseiro como cotonetes, pêlos, fio de cabelo, papel de bala, etc.
Depois o esgoto segue para os reatores.
Crédito: Michelle Parron O material peneirado é levado para o leito de secagem, que depois de seco vai para o aterro sanitário.