O atacante Kaio Jorge, do Cruzeiro, encerrou o Brasileirão 2025 com 21 gols em 33 partidas, média de 0,63 por jogo. O desempenho coloca o jovem de 23 anos em um grupo extremamente reduzido na história do futebol brasileiro: apenas cinco jogadores haviam terminado o campeonato com exatamente 21 gols antes dele.
Trata-se de uma marca difícil de atingir. Desde 1959, apenas Ramón (1973), Zico (1980 e 1982), Viola (1998), Romário (2001) e três artilheiros da edição de 2008 (Washington, Keirrison e Kléber Pereira) alcançaram os mesmos 21 tentos — cada um em contextos, clubes e formatos diferentes do campeonato ao longo das décadas.
Com o número, Kaio Jorge se junta a uma lista que mistura ídolos históricos, artilheiros consolidados e nomes que marcaram época em seus clubes.
Jogadores que fizeram exatamente 21 gols no Brasileirão
A seguir, os artilheiros que, assim como Kaio Jorge, fecharam uma edição do campeonato nacional com 21 gols:
Ramón – Santa Cruz (1973)
- Gols: 21
- Jogos: 34
- Média: 0,62
Foi o primeiro a atingir a marca. Referência da equipe pernambucana, sustentou o ataque do Santa Cruz em uma das campanhas mais marcantes do clube na era pós-Taça Brasil.
Zico – Flamengo (1980)
- Gols: 21
- Jogos: 19
- Média: 1,10
Nesse ano, Zico viveu um dos momentos mais brilhantes da carreira, comandando um Flamengo que se tornaria campeão mundial meses depois.
Zico – Flamengo (1982)
- Gols: 21
- Jogos: 23
- Média: 0,91
Dois anos depois, repetiu exatamente o mesmo número de gols, reforçando sua posição como um dos maiores artilheiros da história do país.
Viola – Santos (1998)
- Gols: 21
- Jogos: 28
- Média: 0,75
Foi o auge de Viola com a camisa do Santos. Marcou em quase todos os tipos de situação: arrancadas individuais, jogadas ensaiadas e finalizações de área.
Romário – Vasco da Gama (2001)
- Gols: 21
- Jogos: 18
- Média: 1,16
O “Baixinho” alcançou uma das melhores médias da história recente. Em um Vasco de jogo ofensivo, Romário ainda dava sinais do talento que o levou ao topo do futebol mundial.
Washington – Fluminense (2008)
- Gols: 21
- Jogos: 28
- Média: 0,75
Poder de finalização e presença diária na área marcaram a campanha do artilheiro.
Keirrison – Coritiba (2008)
- Gols: 21
- Jogos: 31
- Média: 0,68
Revelação do ano, fez parte do time que levou o Coxa de volta ao protagonismo nacional.
Kléber Pereira – Santos (2008)
- Gols: 21
- Jogos: 35
- Média: 0,60
O centroavante manteve regularidade impressionante, marcando em praticamente todas as rodadas finais.
Kaio Jorge — Cruzeiro (2025)
- Gols: 21
- Jogos: 33
- Média: 0,63
Kaio Jorge é o nono jogador da história a alcançar exatamente 21 gols no Brasileirão — mas apenas o sexto se considerarmos artilheiros de edições únicas (excluindo repetições, como Zico, e múltiplos artilheiros empatados em 2008).
A marca ganha ainda mais peso por surgir em um Cruzeiro em reconstrução. O atacante se tornou referência técnica, decidiu jogos importantes e manteve regularidade ofensiva ao longo de toda a competição.
Já houve artilheiros acima de 21 gols
Embora 21 seja uma marca rara, alguns atacantes alcançaram e superaram números ainda mais impressionantes. A lista dos maiores artilheiros por edição inclui goleadas históricas e desempenhos que definiram décadas do futebol brasileiro.
Veja quem ultrapassou os 21 gols:
- Reinaldo – Atlético Mineiro (1977): 28 gols em 18 jogos
- Edmundo – Vasco da Gama (1997): 29 gols em 28 jogos
- Guilherme – Atlético Mineiro (1999): 28 gols em 27 jogos
- Dimba – Goiás (2003): 31 gols em 41 jogos
- Washington – Athletico Paranaense (2004): 34 gols em 38 jogos
- Jonas – Grêmio (2010): 23 gols em 33 jogos
- Borges – Santos (2011): 23 gols em 31 jogos
- Gabigol – Flamengo (2019): 25 gols em 29 jogos
- German Cano – Fluminense (2022): 26 gols em 38 jogos
Esses desempenhos mostram que, embora 21 gols já coloquem um atacante na elite, alguns artilheiros alcançaram campanhas extraordinárias, algumas delas difíceis de se repetir no futebol moderno
Por que 21 gols é uma marca tão simbólica?
Ao longo dos anos, o Campeonato Brasileiro passou por diferentes formatos — mata-mata, fases de grupo, pontos corridos. Em todos eles, marcar tantos gols exigiu:
- regularidade
- resistência física
- participação direta no modelo ofensivo da equipe
- leitura de jogo e capacidade de finalização
Além disso, goleadores acima de 20 gols se tornaram raros na era recente do futebol brasileiro, marcada por calendários densos e rodízios de elenco.
Por isso, atingir 21 gols é historicamente um feito de artilheiro de elite.
Impacto para Kaio Jorge
O desempenho consolida o atacante como um dos principais nomes do país em 2025. A marca também deve:
- aumentar seu valor de mercado
- atrair atenção de clubes europeus
- reforçar o peso de sua titularidade no Cruzeiro
- colocá-lo entre os candidatos à Seleção
Com apenas 23 anos, Kaio escreve o capítulo mais relevante da carreira e melhora ainda mais a relação recente do Cruzeiro com as categorias de base.



