Laboratórios da UFMG começam a fazer testes de diagnóstico do novo coronavírus

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Começou nessa quarta-feira, 1, o processo de habilitação pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) dos laboratórios de pesquisa da UFMG que ajudarão a diagnosticar a Covid-19 em Minas Gerais. Inicialmente três de um total de sete ambientes receberão amostras que serão submetidas a testes do novo coronavírus.

O primeiro lote composto de 160 amostras chegará ao campus Pampulha na manhã desta quinta-feira, dia 2, quando serão direcionados ao CT Vacinas, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), ao Laboratório de Vírus e ao INCT Dengue, os dois últimos instalados no Instituto de Ciências Biológicas. A iniciativa faz parte de uma estratégia de apoio da UFMG ao governo estadual no diagnóstico de casos suspeitos da infecção pelo novo coronavírus, a Covid-19.

O pró-reitor de Pesquisa Mario Montenegro Campos explica que o procedimento com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Geras (SES) e com a Funed foi acertado na tarde desta terça-feira. Campos esclarece que os três primeiros laboratórios iniciarão o processo imediatamente, pois já possuem estoque de insumos necessários para realizar o teste-diagnóstico. “A nossa expectativa é a de que os nossos laboratórios executem de forma coordenada e com alto nível de qualidade os protocolos de testes exigidos por esses complexos diagnósticos. Nosso planejamento é inicialmente realizar o diagnóstico de 160 amostras por dia”, informa. Os insumos necessários nessa primeira etapa para a realização das análises são da própria UFMG e suficientes para o atendimento da demanda por 21 dias.

Processo gradativo

A fase 2 do entendimento entre a UFMG, a Secretaria de Saúde e a Funed prevê a entrada de outros quatro laboratórios na empreitada: o Aquacen (Escola de Veterinária), o Laboratório de RNA de Interferência (ICB), o Laboratório Institucional de Pesquisa em Biomarcadores (Linbio), da Faculdade de Farmácia, e o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina. “Estamos implementando esse processo gradativamente. Os laboratórios da Universidade são estruturas de pesquisa e precisamos ajustar alguns procedimentos internos para que possamos garantir que sejam realizados com a qualidade e eficiência que esses complexos testes requerem”, afirma o pró-reitor de Pesquisa.

Mário Campos acredita que em pouco tempo o corpo de pesquisadores, que inclui docentes e estudantes de pós-graduação que já dominam a técnica desses diagnósticos, estará produzindo os resultados segundo o fluxo planejado. “A comunidade acadêmica e as nossas instalações estão aptas para o contribuir neste momento tão crítico e delicado, que demanda de todos nós o esforço para contribuir no enfrentamento dessa pandemia”, complementa o professor.

Com a entrada plena dos sete laboratórios –  que deve se dar por volta de 1º de maio –, a expectativa é que a Universidade consiga realizar 1.600 testes diagnósticos por dia. Mario Campos esclarece, ainda, que as estruturas de pesquisa estarão à disposição das autoridades mineiras por tempo indeterminado. “Precisamos somente dos insumos, ou seja, dos materiais necessários para realizar os testes para dar conta da demanda prevista”, comenta.

A serviço da sociedade

Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, a UFMG dá mais uma prova de solidariedade e compromisso. A educação e a ciência, segundo a dirigente, são instrumentos imprescindíveis e essenciais para o enfrentamento dos desafios que “temos e teremos pela frente”. “Nós, pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e, especialmente, das instituições públicas de ensino superior, responsáveis por 95% das pesquisas realizadas no Brasil, caminhamos lado a lado com a sociedade. Nesse momento de extrema preocupação, cabe a nós colocar nossas estruturas a serviço da sociedade, do Sistema Único de Saúde e das autoridades”, sustenta a reitora.

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