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Uma manifestação em frente à sede do grupo J. Mendes, localizada na Praça D. Augusto Gonçalves, mobilizou trabalhadores na manhã de terça-feira (21), em Itaúna (MG). Liderado pelo Sindicato Metabase Inconfidentes, o ato ocorreu de forma pacífica e reuniu dezenas de pessoas afetadas pela demissão de 204 funcionários da JMN Mineração, subsidiária do grupo. De acordo com o jornal Correio de Minas, o protesto teve início por volta das 11h, com o uso de faixas e megafone para chamar a atenção da população.
Os manifestantes reivindicaram melhores condições de indenização e a manutenção de direitos como plano de saúde até junho e apoio às famílias dos afetados. “Os trabalhadores estão saindo com uma mão à frente e outra atrás”, afirmou Rafael Ávila, diretor do sindicato, destacando a gravidade das demissões e a falta de consenso em três reuniões realizadas com a direção da empresa.
Propostas rejeitadas e demandas do sindicato
Na semana anterior, os trabalhadores recusaram uma proposta apresentada pela JMN Mineração. O pacote incluía um piso de indenização de R$ 2.250, plano de saúde até junho, apoio psicológico e carga de alimentação em janeiro. No entanto, o Sindicato Metabase Inconfidentes considerou a oferta insuficiente diante da gravidade do impacto nas famílias envolvidas.
O sindicato propôs uma pauta de reivindicações mais abrangente, solicitando seis meses de pagamento do piso salarial e um ano de plano de saúde para os desligados. Segundo Ávila, “precisamos de unidade na luta contra as demissões, bem como no mínimo uma indenização justa para os trabalhadores”.
Reestruturação na JMN Mineração
Em nota, a JMN Mineração informou que o processo de reestruturação é necessário para enfrentar os desafios do setor minerário brasileiro e garantir a sustentabilidade de suas operações. A empresa, localizada entre os municípios de Piracema e Desterro de Entre Rios, está reduzindo o quadro de 359 para 125 colaboradores.
Parte dos demitidos será realocada para o complexo Ferro + Mineração, também pertencente ao grupo J. Mendes, situado entre Congonhas e Ouro Preto. “O diálogo com os representantes sindicais já foi iniciado para garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam rigorosamente preservados”, afirmou a nota da empresa.
Entre os motivos apresentados pela direção estão os baixos teores de minério de ferro na unidade e a baixa disponibilidade do insumo siderúrgico, que comprometeram a viabilidade da operação. Apesar das dificuldades, a mineração busca implementar um novo plano de produção e otimizar seus recursos.
O Sindicato Metabase Inconfidentes continua pressionando por negociações mais favoráveis, defendendo a segurança financeira das famílias impactadas e o respeito aos direitos adquiridos pelos trabalhadores.