Ineficiência ofensiva, recuo após abrir o placar, esperar o fim do jogo jogando com o resultado embaixo do braço. Todas essas pareciam características do Cruzeiro de Mano Menezes em sua pior fase. Mas tudo isso aconteceu no jogo da noite de hoje (25), contra o CSA, no Estádio Rei Pelé, em Alagoas. Alguns culparão a “ressaca” do estilo de jogo de Mano, outros culparão corte de Pedro Rocha, minutos antes do jogo começar, obrigando Ceni a mudar de esquema em cima da hora. Mas o fato é que a Raposa voltou a vacilar, não matou o jogo, e foi punida nos minutos finais.
O jogo
Com um time muito mais qualificado que o do CSA, atual vice-lanterna da competição, o Cruzeiro não teve dificuldades para abrir o placar, aos 11 minutos do primeiro tempo. Fred aproveitou rebote de cabeçada de Thiago Neves e marcou seu segundo gol em dois jogos sob o comando de Rogério Ceni.
Sem ser incomodado pelo CSA, o Cruzeiro dominava o jogo e só não ampliou por falta de ímpeto ofensivo. Apesar de atacar, o time celeste parecia satisfeito com o resultado e pouco interessado com o jogo. E isso viria a custar caro.
Na segunda etapa, o CSA fez substituições ofensivas e, como quem não tem nadar a perder, voltou atacando o time celeste. Fábio foi obrigado a fazer algumas defesas e o jogo ficou mais complicado que deveria.
Lembrando a época de Mano Menezes, o Cruzeiro recuou e passou a se defender, saindo apenas no contra ataque, mesmo com um time muito mais forte. Essa postura chamou o CSA para cima, mas, por incompetência do time alagoano, a Raposa conseguia se livrar do perigo sem muitos problemas. Quando resolvia sair no contra-ataque, o clube celeste até levava perigo. Mas falta de capricho e displicência nas finalizações acabavam fazendo as chances ficarem apenas nos números de oportunidades e não aumentar a quantidade de gols.
E quando tudo já parecia acabado, eis que surge o castigo celeste. Apodi recebe bola na direita, após bate rebate, e cruza. A bola desvia em Fabrício Bruno, quica na frente de Fábio e engana o goleiro celeste, indo morrer no fundo do jogo. Aos 48 minutos do segundo tempo, 1 a 1.
Com o empate, o Cruzeiro perde a chance de se distanciar do Z4 e de vencer um rival direto da luta contra o rebaixamento. Além disso, o tabu de 14 meses sem vencer fora de casa pelo Brasileirão se mantém. E, como se não bastasse, uma combinação de resultados pode fazer o time mineiro terminar a rodada na 18ª colocação.
95'/1:1 – Final de jogo em Alagoas.
Jogo termina empatado em um a um.
Foto: Thiago Parmalat/ Lightpress/ Cruzeiro#CSAxCRU #NasBatalhasComOCruzeiro pic.twitter.com/4za5v4N0Rq
— Cruzeiro Esporte Clube (@Cruzeiro) August 25, 2019
Decepção
Para quem passou uma semana esperando para ver o agressivo Cruzeiro que venceu o Santos no último domingo, o jogo de hoje foi uma grande decepção e lembrou as partidas que marcaram a derrocada do “Manobol”. Um futebol desinteressado e confortável com a vitória mínima, chamando o adversário para cima e esperando o tempo passar com o resultado embaixo do braço.
Fica a esperança que esse jogo tenha sido apenas um resquício da herança do estilo de jogo praticado durante três anos por Mano e que mude daqui para frente. Pois esperar uma semana para ver isso é realmente doído.
Veja também: Cruzeiro feminino empata e é vice campeão da Série A2