Mercado Livre amplia atuação e passa a vender livros diretamente: o que muda no setor?

Mercado Livre amplia atuação e passa a vender livros diretamente: o que muda no setor?

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O Mercado Livre decidiu ampliar sua atuação no mercado editorial e passará a vender livros diretamente, sem depender de intermediários. Até então, a plataforma operava apenas como um marketplace, onde livrarias e vendedores independentes ofereciam seus produtos. Agora, com a adoção do modelo 1P (first-party), a empresa comprará livros diretamente das editoras, assumindo a gestão de estoques e a logística de entrega.

Essa mudança coloca o Mercado Livre em concorrência direta com grandes nomes do setor, como a Amazon. Para os consumidores, a expectativa é de preços mais acessíveis e entregas mais rápidas. No entanto, o movimento também gera preocupações, especialmente entre livrarias independentes e pequenos vendedores, que agora precisam competir dentro da própria plataforma com quem antes apenas facilitava suas vendas.

Desafios e oportunidades

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A entrada do Mercado Livre nesse segmento apresenta desafios e oportunidades para o setor editorial. Por um lado, a concorrência pode impulsionar melhores condições de preços e logística para os consumidores, facilitando o acesso aos livros. Por outro, existe o risco de enfraquecimento de livrarias menores, que podem encontrar dificuldades para competir com uma gigante do e-commerce.

Em nota ao PublishNews, a Associação Nacional de Livrarias (ANL) manifestou preocupação com essa mudança, alegando que o Mercado Livre, ao atuar simultaneamente como marketplace e vendedora direta, favorece a si mesma e pode prejudicar livrarias que ajudaram a consolidar a plataforma no mercado editorial. Esse cenário levanta uma discussão importante sobre a sustentabilidade do setor livreiro e a necessidade de equilíbrio entre grandes players e livrarias independentes.

Democratização do acesso ao livro

O movimento do Mercado Livre também pode ser analisado sob a ótica da democratização do acesso ao livro no Brasil. O país ainda enfrenta desafios significativos no incentivo à leitura, e iniciativas que ampliam a distribuição de livros podem contribuir para um maior alcance. A Política Nacional de Leitura e Escrita (Lei 13.696/2018) reforça a importância do acesso universal aos livros e à literatura, destacando o papel de bibliotecas públicas e iniciativas privadas na promoção da leitura.

Programas de incentivo, como a Lei Rouanet e legislações estaduais, também desempenham um papel fundamental na sustentação da cadeia do livro. O desafio é garantir que o avanço das grandes plataformas de e-commerce não inviabilize outras formas de distribuição e consumo de livros, como as livrarias físicas e as bibliotecas comunitárias.

O cenário que se desenha reforça a importância de iniciativas que promovam o equilíbrio no setor, garantindo que o acesso ao livro seja democratizado sem comprometer a diversidade e a sustentabilidade da cadeia editorial. O desafio está lançado: como garantir que a expansão das grandes plataformas beneficie todos os atores do mercado literário?

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