De quatro em quatro anos temos a Copa do Mundo de Futebol. Por mais que muitos a critiquem sob diferentes aspectos, o fato é que nada e nem ninguém podem fingir não existir este evento, ainda mais no Brasil pentacampeão do mundo.
Somos um país alegre, altivo, que gosta de samba, novela e futebol. Óbvio que estamos passando por um período turbulento desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma, mas negar estas nossas características é como recusar a importância do ar para respirar. Não tem o menor sentido.
É interessante como sempre aparecem os mal-humorados de plantão nesta época. Isto não é novidade, foi assim em 2014 sob os irresponsáveis gritos de “não vai ter Copa”, em 2010 também, ou seja: sempre haverá a turma chamada “do contra”.
Por óbvio que temos alguns que de fato não gostam de futebol. Assim como existem os que não gostam de novelas e outros, ainda, não curtem samba. Isso faz parte, o que não pode é acusar aqueles que gostam de serem alienados.
Esta visão de que o esporte ou os entretenimentos televisivos são alienantes é algo que beira o ridículo por vários motivos. O primeiro está relacionado ao sagrado direito do ócio. Um dos argumentos para a aprovação da jornada de trabalho de 8 horas há mais de 70 anos (apesar de Temer e seus lacaios tentarem mudar a todo instante esta importante vitória da classe trabalhadora), descansar faz parte da necessidade fisiológica do ser humano. Da mesma forma que tem gente que gosta de dormir, outros de estudar, por que não se pode ver futebol, novela ou ouvir música?
Outro ponto é argumentar que a seleção brasileira representa os “coxinhas”, em clara alusão ao golpe de 2016. Isso é um erro, inclusive histórico. Nosso time é um patrimônio do nosso povo, não de grupos A ou B. Portanto torcer para o Brasil ou usar sua camisa nada tem a ver com posicionamento político, e digo mais: a direita e os neoliberais não são os donos dos símbolos nacionais, ele são de todas e todos os brasileiros! É preciso disputar essa visão errônea que nos fez deixar nas mãos de alguns o que é de toda a nação!
O terceiro e último argumento a ser desmascarado é o de que deveríamos ter vergonha de ter uma seleção favorita ao título enquanto existe fome e miséria no país. De fato, a desigualdade social é nosso maior problema, não há dúvidas disso! E está piorando no governo ultraliberal do golpista Temer. Entretanto, não podemos nos furtar do direito de sermos felizes, de termos autoestima lá em cima, de enxergarmos que não devemos nada, absolutamente nada, a nenhum país do globo!
Essa visão de nos diminuir perante o mundo, algo que podemos denominar de “síndrome de vira lata” é um problema grave que muitos sofrem por viver da falsa imagem vendida pela mídia golpista, em especial pela Rede Globo. Libertar destas amarras, é um processo lento, mas não será negando nossa identidade cultural que conseguiremos vencer essa síndrome, é com politização e senso crítico!
Para concluir cabe uma reflexão: aqueles que não amam seu país (mesmo com toda a contradição, revolta e crítica que por ventura tenhamos aos rumos que ele esteja tomando), jamais serão capazes de entender as mazelas de seu povo! Pense nisso!
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