Visitante e moradores de Ouro Preto ganharam mais um ponto turístico. A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, entregou hoje (16/9) a escultura Pepita II. A obra foi selecionada por meio do edital Arte em Aço, lançado pela Gerdau em 2021 para comemorar os 120 anos da companhia, e foi instalada em caráter definitivo no trevo entre as cidades de Ouro Preto e Mariana, permitindo visitação gratuita.
A obra de Sérgio Machado conta com 20 toneladas de pedra que estará suspensa a 12 metros. Além da escultura permanente, também entra em cartaz a exposição Pepita, que apresenta toda a pesquisa do artista, Pepita na Casa dos Contos, em Ouro Preto. A mostra conta com pinturas, desenhos e esculturas que relatam a criação de Pepita II, o processo do artista, sua narrativa e todo o conceito por trás do projeto
Segundo Wendel Gomes, diretor executivo da Gerdau, apoiar a cultura de Minas Gerais é motivo de entusiasmo. “A Gerdau é uma empresa brasileira de nascimento e mineira de coração. Apoiar a cultura do nosso estado é valorizar a riqueza de Minas. Esse edital foi aberto em 2021 para comemorar o aniversário de 120 anos da empresa e recebemos quase 100 inscrições de artistas mineiros. Isso mostra como temos grandes talentos aqui em Minas Gerais, e a entrega dessa escultura só reforça isso. Ouro Preto agora conta com uma bela escultura em aço, sendo destaque logo na porta de entrada da cidade”, destacou Wendel.
Inspiração e talento
Concebida por Sérgio Machado, já reconhecido por seus trabalhos em pedra, Pepita ll conta com uma pedra de serpentinita de 20 toneladas, suspensa a 12 metros, amparada por duas barras de aço corten, amplamente conhecido nas obras de Amilcar de Castro, mentor do artista. “A serpentinita é parente próxima da pedra sabão, tão característica de Ouro Preto, e também tem parentesco com o granito. Presente no mundo inteiro, há séculos ela é usada em importantes construções, o piso da entrada do Vaticano, por exemplo, é feito de serpentinita”, explicou Machado.
Embora gigante em tamanho, a escultura tem o traço marcante do minimalismo do artista, que buscou refletir sobre a importância do mineral para a região e para o Brasil, as riquezas minerais e o que estamos fazendo com elas. Pepita II ressalta, sobretudo, o contraste, base do conceito do barroco, mas em um novo marco totalmente contemporâneo. Dentre os contrapontos da obra, Sérgio Machado concebeu a escultura de modo que algo tão pesado pareça leve e flutuante a quem a admira. Para isso, há iluminação especial pela noite, que permite a apreciação de vários ângulos, onde a imensa pedra parece flutuar.
O prefeito de Ouro Preto e presidente das Associações das Cidades Históricas de Minas Gerais, Ângelo Oswaldo, destacou a poesia da obra. “Sérgio Machado eleva a pedra, no entrecruzar dos caminhos. Alçada entre duas lâminas de aço, antevê o Itacolomi, escultura da natureza. No Trevo da Jacuba, a obra do artista soleniza a entrada do monumento e consagra a pedra do mundo, pedra drummondiana, pedra do gigante Itamonte, habitante da poesia de Cláudio Manuel da Costa. ‘No vértice do vento e da manhã’, a pedra se ergue sobre os gerais das minas e tem o brilho mágico dos símbolos”.
Para o artista, essa é uma realização profissional e pessoal muito grande. “Acredito que todo escultor deseja ter uma peça sua em um lugar importante como este, tanto por ser Ouro Preto quanto por ser um lugar público. São muitos raros esses lugares que a gente tem disponível para colocar esculturas, então é um grande presente para Ouro Preto e para mim também, pela importância cultural que a cidade tem em âmbito internacional”, declara Sérgio Machado, que acredita, ainda, que Pepita II deve impactar o público e causar estranheza. “Por sua grandeza, peso, tamanho e materiais, é natural que as pessoas, ao ver a obra, sintam essa estranheza. E esse é o papel e a beleza da arte: despertar sentimentos, ideias, propor contrapontos e promover discussões, transformar um local que antes era apenas ponto de passagem em um marco para a região”, explica.
Esta iniciativa é realizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Gerdau. Idealização de Francisco e Sérgio Machado, coordenação de produção de Artur Andrade Moura e AGM Produções, gestão de incentivo pela Através – Gestão Cultural, com obra realizada pelo engenheiro Paulo Mendes e Pórtico Construções Metálicas, contando ainda com o apoio da Lemos de Sá Galeria de Arte, Templuz e Prefeitura Municipal de Ouro Preto.
Sobre Sérgio Machado
Sérgio Machado já nasceu artista e deu as primeiras pinceladas ainda na infância, de forma autodidata. Estudou na Escola Guignard, tendo aulas com nomes como Amilcar de Castro, e desenvolveu uma arte que investiga o concreto, por meio da interação entre desenho e objeto. Já esteve em exposições em todo o país e participou de diversas coletivas e feiras internacionais. Atualmente, vive e trabalha em Belo Horizonte.
Edital
O edital Arte em Aço possibilitou a seleção de nove propostas culturais, na área de artes visuais, com valor de até R$ 265 mil, em recursos próprios da Gerdau e incentivados por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais (Leic-MG). Os artistas participantes contaram com consultoria gratuita da Através – Gestão Cultural, empresa especializada nesse mercado.
Os projetos foram avaliados por uma Comissão Curatorial, formada por curadores, especialistas e pessoas com reconhecida expertise na temática do edital, bem como representantes da Gerdau e das localidades contempladas. As peças serão instaladas em espaços públicos dos municípios onde estão as principais operações da Gerdau em Minas Gerais, além de Belo Horizonte: Barão de Cocais, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis, Itabirito, Ouro Branco, Ouro Preto e Três Marias.
Sobre a Gerdau
Com 122 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. No Brasil, também produz aços planos, além de minério de ferro para consumo próprio. Além disso, possui uma divisão de novos negócios, a Gerdau Next, com o objetivo de empreender em segmentos adjacentes ao aço. Com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro, a companhia está presente em 9 países e conta com mais de 36 mil colaboradores diretos e indiretos em todas as suas operações. Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: 71% do aço que produz é feito a partir desse material. Todo ano, 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço. A companhia também é a maior produtora de carvão vegetal do mundo, com mais de 250 mil hectares de base florestal no estado de Minas Gerais. Como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), de 0,89 t de CO₂e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO₂e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono.
Fonte: Rede Comunicação