Após a confirmação da inédita queda à Série B, chegou a hora do time celeste começar a planejar sua reformulação. Sendo assim, um dos pilares dessa nova fase é o cargo de técnico da equipe. Aparentemente, o nome de Adilson Batista, que comandou o clube nos três jogos finais da competição nacional, continuará na Raposa em 2020. Porém, a escolha por ele é mais correta que a cúpula cruzeirense pode fazer?
Por isso, o Mais Minas decidiu fazer um balanço da carreira do treinador e reunir pontos positivos e negativos do que ele pode oferecer ao clube.
Aspectos desfavoráveis
Carreira decepcionante
Desde que deixou o Cruzeiro, em 2010, após belas temporadas, Adilson nunca mais emplacou um bom trabalho, e oportunidades não faltaram. No período, o comandante esteve, por exemplo, nos bons times do Corinthians de Ronaldo Fenômeno e o Santos de Neymar que, inclusive, se sagrou campeão da Libertadores de 2011, depois da saída de Adilson Batista. Além disso, passou por São Paulo e Vasco. Todavia, as passagens não foram nada positivas. Além disso, Batista é recordista em rebaixamentos. Ao todo, foram sete participações em campanhas que culminaram no descenso à segunda divisão.
Más escolhas nos jogos finais de 2019
Que o técnico chegou quando o Cruzeiro já estava praticamente rebaixado, é fato. Contudo, o time não esboçou nem um sinal de melhora nos jogos comandados por Adilson. Muito pelo contrário, o treinador fez diversas escolhas, no mínimo, ruins. Como, por exemplo, colocar Ezequiel contra o Grêmio e queimar, aos 11 minutos da segunda etapa, as três substituições. Após isso, a equipe celeste perdeu Robinho, lesionado, e ficou com um a menos por mais 40 minutos. Na ocasião, o Cruzeiro tomou 2 a 0 e foi derrotado.
Outros nomes
Apesar da crise financeira do mercado escasso, talvez a criatividade fosse a melhor saída. Desempregados, Thiago Larghi, que fez bom trabalho no rival Atlético Mineiro, em 2018, e Eduardo Barroca, que subiu com o Atlético Goianiense nesta temporada, poderiam ser boas opções. Além de jovens, os dois possuem ideias modernas no tocante ao estilo de jogo. Ademais, Barroca tem excelente tato com a categoria de base e jogadores jovens. Afinal, fez ótimas passagens nas divisões inferiores de Botafogo e Corinthians.
Em outra prateleira, técnicos empregados também poderiam ser apostas interessantes, mas distantes. É o caso de Felipe Conceição, que vem de exímia Série B com o América, na última edição. Outra menção atrativa é Roger Machado, que participou da boa campanha do Bahia no último Brasileirão. Porém, o segundo nome é bem mais complicado.
Aspectos favoráveis
Baixo salário e consciência do mau momento
Adilson Batista tem a clara noção da crise financeira que atravessa o Cruzeiro. Além do pequeno custo salarial, não teria problemas em trabalhar com um elenco modesto e de baixo porte monetário.
Confiança da diretoria e amor ao clube
Com uma bonita história como jogador e treinador, Adilson desenvolveu uma belíssima identificação com a Raposa. Prova disso foi sua chegada na segunda passagem, onde o profissional aceitou de prontidão o convite de Perrella, sem mesmo discutir salário e tempo de contrato.
Continuando nessa área, outro fator é a boa relação com Zezé Perrella, que declarou, na coletiva, ter em Adílson um amigo e um irmão. O dirigente deve ser o principal líder do Cruzeiro nos bastidores no período de reconstrução.
Uma escolha que clama por delicadeza e tato
Se for confirmada sua permanência, Batista terá uma árdua missão pela frente. É fato que uma decisão dessa magnitude deveria ser algo mais estudado e conversado. Afinal, o futuro do Cruzeiro passa, diretamente, por 2020, e a seleção de um bom técnico é uma das mais importantes atitudes da temporada.