O Cruzeiro vive ótimo momento e está em lua de mel com a torcida. Os fatores para os dias felizes são muitos: A conquista recente do hexacampeonato da Copa do Brasil e o “gordo” prêmio dado ao campeão, que revigorou os cofres celestes, a campanha de recuperação que vem sendo construída nessa reta final de Brasileirão e a harmonia entre elenco, comissão técnica, diretoria e torcida deixam “tudo azul” no fim de ano celeste. E, já com boa antecedência, o clube começou a se planejar para a próxima temporada, largando à frente de seus principais concorrentes no futebol nacional.
Se atentar ao mercado para trazer novos atletas, investir em marketing e pensar em ações destinadas a torcida são passos importantes que a diretoria cruzeirense tem dado. Mas há um problema, que vem de anos, nos planejamentos feito pelos mandatários celestes que senti a necessidade de comentar: os patrocínios.
Sempre na disputa de competições importantes, com uma torcida fiel e uma marca internacional, o Cruzeiro parece incapaz de usar essas particularidades para forjar bons contratos de patrocínio, principalmente quando se tratam dos chamados “máster”, que são aqueles que ficam na região da barriga/peito, tendo maior destaque. São anos e anos recebendo valores pífios e em alguns casos, como foi em 2007, 2008 e 2015, ficando boa parte das temporadas sem expor nenhuma marca no local.
Particularmente, acho inaceitáveis os valores que o Cruzeiro recebe, e, para piorar, esses valores são os mesmos de seu principal rival, Atlético-MG. A equipe celeste, além de historicamente muito superior ao rival, tem mais torcida, de acordo com todas as pesquisas realizadas em 2018 e recentemente tem tido uma maior exposição da sua marca, tanto pelas conquistas quanto pelas participações relevantes nas principais competições disponíveis aos times brasileiros.
Para se ter ideia, no ano de 2018, o Cruzeiro recebeu da sua patrocinadora máster 10 milhões de reais, o mesmo que o Atlético-MG. A diferença é que o time celeste foi campeão da Copa do Brasil de 2017, disputou a Copa Libertadores na temporada atual e ainda terminou o Brasileirão do ano passado quatro posições à frente do rival, finalizando a competição na quinta colocação. É no mínimo incoerente que as duas equipes recebam o mesmo.
Recentemente li uma matéria que falava de uma empresa chinesa que teria interesse em patrocinar o Cruzeiro nos próximos anos, mas que as negociações estariam bem distantes. Os valores seriam muito superiores aos recebidos atualmente e o contrato seria exclusivo da equipe mineira. É esse tipo de negócio que os diretores cruzeirenses devem buscar para o time. Aceitar migalhas ou contratos que sejam idênticos ao do rival não condizem com o tamanho e o potencial do Maior de Minas.