O que é coleta seletiva de resíduos sólidos no Brasil?

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O lixo é um problema global que vem mobilizando o mundo na busca de soluções sustentáveis para o desenvolvimento social e econômico das nações. Em 2018, o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha destinou cerca de 50 milhões de euros para auxiliar na redução de resíduos plásticos na natureza. O país também apoia a proibição de descartáveis plásticos em toda a União Europeia.

Mesmo diante das políticas de austeridade e contingenciamento adotadas pelo governo brasileiro, ainda temos importantes metas e ferramentas para o tratamento de resíduos sólidos, em que as responsabilidades pelo lixo são compartilhadas entre os poderes público, iniciativa privada e a sociedade.

Em vigor desde 2010, a Lei 12.305 institui Política Nacional de Resíduos, conhecida como PNRS. Nela se encontrar as principais medias socioambientais e estratégias para tornar o Brasil um país mais saudável e sustentável. Uma das metas atrasadas da PNRS é o fim dos lixões espalhados pelo país, prevista para 2014. A responsabilidade pela erradicação desses locais e sua adequação para aterros sanitários foi transferida aos municípios, mas as prefeituras alegam precisar de mais verbas e mais prazo para sanar o problema.

A coleta seletiva brasileira em números

De acordo com um levantamento feito Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a coleta seletiva ainda está longe de ser uma realidade no país. Até 2018, o Brasil ainda contava 3.000 lixões ainda em funcionamento, espalhados por 1.600 cidades de todas as regiões. Os números ainda mostram um aumento de 3% de despejo inadequado de lixo pelo país entre os anos de 2016 e 2017.

Uma pesquisa realizada pelo Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) detectou que apenas 18% dos municípios brasileiros oferecem sistemas de coleta seletiva, e em sua maioria estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul. O trabalho de separação, coleta e reciclagem de resíduos sólidos pelo país ainda está, em sua maioria, a cargo dos catadores autônomos e cooperativas.

E se a coleta seletiva funcionasse em todo Brasil?

De acordo com um estudo encomendado pela Ambev, realizado em junho de 2018 pelo instituto de pesquisa Ibope Inteligência, 99% dos entrevistados afirmaram que a reciclagem é importante para o futuro do planeta, mas 66% disseram saber nada ou muito pouco sobre processos da coleta seletiva.

Caso a prática fosse comum, o país teria uma série de benefícios como:

– Diminuição dos impactos ambientais causados pelos lixões, que afetam negativamente a qualidade de vida e a saúde de 95 milhões de pessoas que vivem próximas a esses locais;

– Economia de R$ 2 bilhões por ano destinados à recuperação do meio ambiente causados pelos danos ligados aos lixões;

– A coleta seletiva ajudaria a baratear os custos de logística reversa para as empresas incluídas no gerenciamento de resíduos da PNRS;

– Fomento do mercado de resíduos recicláveis, gerando novos posts de trabalho nos  transformação de materiais;

– Geração de renda para catadores e tratadores;

– Diminuição da extração de novas matérias-primas no ambiente;

– Diminuição da poluição do solo, águas potáveis e dos mares.

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