A Grêmio Recreativo Imperial de Ouro Preto é uma escola de samba de 46 anos de história. Com muita tradição e força, a agremiação luta a cada dia para manter toda sua beleza nos desfiles nos carnavais da cidade. Apesar de ter sido registrada em 17/9/1974, a Imperial foi criada em 10/3/1974 pela família do antigo prefeito municipal Genival Ramalho para representar os bairros do Pilar e Rosário.
Ela foi tricampeã do carnaval de Ouro Preto consecutivamente, em 1975, 1976 e 1977. E um fato curioso é que a escritora Zélia Trindade escreveu um samba enredo para a Imperial e se sagrou como a primeira mulher a escrever um samba em na cidade.
Mesmo com muita história nos carnavais ouro-pretanos, a escola teve seus trabalhos interrompidos duas vezes, em 2006 e 2016. E agora a Imperial com a liderança de José Clemente Jesus de Paula, retorna às atividades para o carnaval deste ano.
Retorno
Os membros da gestão passada da escola não quiseram dar continuidade nos trabalhos com a Imperial. Com isso, José Clemente, mais conhecido como Zezé, começou a confeccionar carros alegóricos e tocar com a escola Acadêmicos do São Cristóvão.
Em 2020, Zezé pensou “eu ajudo todo mundo, sabemos fazer tudo, vamos voltar com a nossa escola, que é a Imperial”. Com isso, eles reergueram com a escola do Pilar e Rosário, porém enfrentam muitas dificuldades para que o retorno da agremiação aconteça.
“Quando decidimos voltar com a Imperial, ela não tinha nem bandeira, então tivemos que começar ela do zero. Montamos com nossas mãos os carros alegóricos que irão sair no desfile, e contamos com ajuda para compor a bateria e irmos bem para a Praça Tiradentes. O pessoal do bloco “Possuído” lá da Vila, está ajudando, até emprestaram instrumentos para a gente. Existe também a parceria com o pessoal de Passagem de Mariana. Tem gente do Padre Faria e do Veloso. Então a expectativa é de fazer um trabalho bom para voltar bem e não parar mais com a escola”, comenta Zezé, presidente da Imperial.
Zezé conta que quando teve a ideia de voltar com a Grêmio Recreativo Imperial de Ouro Preto, houve apoio de todas as outras escolas, além de pessoas da comunidade.
“As escolas de samba de Ouro Preto são muito unidas. Porque o carnaval de Ouro Preto é desse povo que é daqui. O pessoal vai lá ver o desfile, o pessoal gosta. Depois todo mundo conversa no bar e tudo mais, aquela vibração de como foram os desfiles e tudo mais, é o maior barato”, conta Zezé.
Alternativas
Com o retorno da Imperial, novos caminhos são pensados para a consolidação da escola em Ouro Preto, mas não só durante o carnaval, como durante todo o ano.
“Para a gente voltar bem, pensamos em ter uma sede e ter tudo organizado, mas para isso precisaremos de um fundo. Por isso, nós estamos pensando em fazer uma festa junina para ver se arrecada alguma coisa. E também, montar uma bateria mirim, para termos membros desde pequenos e não deixar isso aqui morrer. Talvez pensar em oficina de carnaval no festival de inverno, enfim, são alternativas”, comenta Zezé.
Funcionamento
Na Grêmio Recreativo Imperial de Ouro Preto, todo mundo faz de tudo um pouco. O presidente confecciona o carro, faz alegoria, além de cuidar da área administrativa da escola. Na agremiação dos bairros Pilar e Rosário, não há um carnavalesco para desenvolver o tema, é aberto para qualquer um poder sugerir uma ideia, que, posteriormente, é avaliada pelos membros da diretoria.
Em seus primórdios, os ensaios da Imperial eram em frente a Igreja do Rosário ou na Ponte Seca. Atualmente, com o retorno, os ensaios são feitos na quadra da Água Limpa.
O tema para o carnaval deste ano é surpresa, mas Zezé comenta que, mesmo retornando agora, não ficará fora da disputa. “Disputar com quem está aí já é difícil, mas ninguém entra para perder não”, disse o presidente.
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