Os jornais comumente têm exposto conflitos familiares em suas manchetes. O número de casais que escolhem o divórcio como saída têm aumentado. Algumas das marcas mais dolorosas deste momento podem nascer no processo judicial, quando os advogados entram em cena para defenderem o direito de seu cliente. O despreparo dos clientes, por conta do momento sensível, pode inclusive acirrar o conflito. Mas e se a advocacia pudesse, ainda que de modo indireto, participar nestes processos trazendo mais alívio e menos consequências negativas para os envolvidos?
Buscando capacitar os interessados, Olivia Fürst, advogada e presidente do Instituto Brasileiro de Práticas Colaborativas – IBPC, vem a Belo Horizonte para palestra, no próximo dia 10 de outubro, sobre o tema “Práticas colaborativas e o futuro do direito de família”.
Este novo “modelo” de advocacia tem ganhado repercussão nacional com a promoção de palestras e cursos de Práticas Colaborativas pelo Brasil, que têm capacitado advogados e outros profissionais interessados no tema. Recentemente, Olivia esteve no programa Fátima Bernardes, da TV Rede Globo, para falar sobre divórcio colaborativo.
Advocacia colaborativa
Giordano Bruno, que é advogado e presidente da Comissão de Práticas Colaborativas da OAB/MG, ressalta algumas das principais características da advocacia colaborativa:
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Em primeiro lugar, os advogados envolvidos, com a concordância de seus respectivos clientes, firmam o compromisso de não acompanhá-los em juízo, caso um deles decida dar esse passo.
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O objetivo de cada advogado será o de ajudar o cliente em procedimentos extrajudiciais de negociação, na intenção de solucionar o conflito de forma justa, sustentável e dialogada.
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Caso um dos clientes queira levar o caso a juízo, eles têm direito, mas precisam contratar outros advogados. Esse tipo de estrutura faz com que os profissionais do Direito se reúnem à mesa de negociação de modo bastante produtivo, pois estão cientes de que é somente ali que poderão contribuir com o caso.
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Outra característica distintiva da advocacia colaborativa é o modo natural como os advogados convocam outros profissionais para auxiliar na resolução dos conflitos. Se um dos clientes está fragilizado porque não sabe como lidar com dinheiro, por exemplo, o advogado pode pedir a ajuda de um consultor financeiro. Se o debate envolver interesses de uma criança, o auxílio pode vir de um profissional da área de saúde, com especialização nessa faixa etária. Se as emoções estiverem se sobrepondo aos aspectos técnicos do problema, pode ser o caso de chamar um psicólogo.
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Esse tipo de estratégia dispensa o advogado de improvisar fora de sua área de formação, deixando que cada assunto receba tratamento adequado. E todos os profissionais convidados estarão cientes de que seu trabalho se restringe às necessidades do conflito em causa.
- Advocacia colaborativa, portanto, é a metodologia de trabalho em que os advogados, auxiliados por profissionais de outras áreas, assumem o compromisso de trabalhar na solução de conflitos, por meio de negociações extrajudiciais, renunciando ao direito de acompanhar os clientes em juízo, caso a questão seja levada ao Poder Judiciário.
Serviço:
Palestra com Olivia Fürst – Práticas colaborativas e o futuro do direito de família
Data: 10/10/2019
Horário: 19:00
Local: Rua Timbiras, 2072 – Lourdes (Auditório)
Inscrições: https://www.
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