A proposta do governo federal de criação de um campus de saúde da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) na cidade de Ipatinga é um gol de placa para o desenvolvimento educacional e socioeconômico da região. O Vale do Aço, formado pelas cidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, possui uma população estimada em mais de 500 mil habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2024). No entanto, apesar de sua relevância demográfica e econômica, até então não se tinha de uma Universidade Federal ali!
Essa medida tem o potencial estratégico para o desenvolvimento mineiro, ampliando significativamente o acesso ao ensino superior público e gratuito. Atualmente, muitos jovens do Vale do Aço que desejam cursar medicina ou outras carreiras ligadas à saúde precisam se deslocar para cidades distantes, enfrentando barreiras geográficas e financeiras que limitam suas oportunidades educacionais.
Além do impacto direto na educação superior, cursos na área de saúde também tendem a trazer benefícios à rede pública ali localizada, gerando um aumento da oferta de estágios, projetos de ensino, extensão e parcerias com hospitais e unidades de saúde locais. Isso pode possibilitar, ainda, a inserção de estudantes e professores em variadas atividades, promovendo melhorias nos variados tipos de serviços oferecidos à população.
Outro aspecto relevante é o papel que o campus pode desempenhar no desenvolvimento científico e tecnológico do Vale do Aço. A presença da UFOP tende a estimular a produção de conhecimento e a pesquisa acadêmica em diversas áreas, além de atrair investimentos e iniciativas voltadas à inovação. Esse processo pode impulsionar o crescimento econômico regional, gerando emprego e renda, especialmente nos setores vinculados ao arranjo produtivo local.
Essa medida também se alinha à necessidade de descentralização do ensino superior no Brasil. Historicamente, as universidades federais estão concentradas em capitais e grandes centros urbanos ou culturais, o que contribui para a perpetuação das desigualdades regionais. A criação desse campus representa um passo importante para a democratização do acesso à educação pública, gratuita, laica e de qualidade, bem como para a promoção da equidade territorial.
Ademais, esse campus tem potencial para estimular a integração com outros setores da sociedade civil e com o mercado de trabalho. Empresas da indústria do aço e do setor de serviços podem se beneficiar da proximidade com uma instituição de ensino superior desse porte, estabelecendo parcerias para a capacitação de mão de obra e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Isso cria um ciclo virtuoso de geração de oportunidades que vão além das fronteiras regionais!
Por fim, essa ação representa um marco histórico para o Vale do Aço. Trata-se de uma política pública de longo prazo, com impacto positivo na educação, na saúde, na economia e na qualidade de vida local. Consolidar Ipatinga como um polo de formação acadêmica e de desenvolvimento científico, tende a fortalecer o seu papel no cenário estadual e nacional, corrigindo um erro histórico de, até 2025, não termos uma Universidade Federal no berço da siderurgia mineira!
Referências
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas populacionais para os municípios e para as unidades da federação brasileiras em 2024. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em: 24 mar. 2025.