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Ouro-pretana recebe homenagem por sua dedicação ao grupo das Pastorinhas do Padre Faria

Elis Bohrer
Ouro-pretana é homenageada por manter tradição das pastorinhas viva há seis décadas
Crédito: Divulgação/PMOP

Maria José Azevedo, conhecida em Ouro Preto como Ica, recebeu homenagem no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, na quarta-feira, 19. O reconhecimento foi entregue durante o evento “Chá com a Rainha”, realizado para valorizar guardiãs e mestres das tradições populares de Minas Gerais. A iniciativa busca criar um espaço de encontro, escuta e convivência entre pessoas que mantêm vivas expressões artísticas que atravessam séculos.

Ica foi convidada pelo trabalho que exerce à frente das Pastorinhas do Padre Faria, grupo que há aproximadamente seis décadas se apresenta em festas natalinas em Ouro Preto. A manifestação, conhecida pela música, pela coreografia e pela simbologia religiosa, faz parte de um conjunto de tradições do ciclo natalino preservado em várias regiões do Brasil.

Durante a cerimônia, Ica falou sobre a responsabilidade de liderar um dos grupos de pastorinhas mais antigos do município. Ela destacou os desafios para manter o repertório, a disciplina das integrantes e o compromisso com a memória local. Segundo ela, manter o grupo ativo permite que mais pessoas conheçam essa expressão tradicional e compreendam seu significado para a comunidade. “A importância de manter este grupo vivo é para que outras pessoas tenham a felicidade de conhecer as Pastorinhas, essa tão bela tradição”, afirmou.

Embora vinculadas ao período do Natal, as pastorinhas do Padre Faria participam de eventos durante todo o ano. As apresentações reúnem músicas que remetem ao nascimento de Jesus e ao imaginário popular do interior brasileiro, mantendo viva uma prática compartilhada por diversas cidades do país.

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As pastorinhas e sua importância no Brasil

As pastorinhas fazem parte de um conjunto de tradições do ciclo natalino que atravessou gerações. Em muitas cidades brasileiras, especialmente em Minas Gerais, Bahia, Goiás, Maranhão e Pernambuco, grupos formados por crianças e jovens encenam cantos e gestos que dialogam com o presépio, o catolicismo popular e a cultura afro-brasileira. Essas apresentações funcionam como preservação de memória, transmissão oral e fortalecimento de vínculos comunitários.

Ao reunir canto, dança e religiosidade, as pastorinhas ajudam a manter viva uma pedagogia cultural que ensina pertencimento, cuidado e continuidade histórica. Para especialistas em cultura popular, grupos assim atuam como guardiões de repertórios simbólicos que dificilmente sobreviveriam sem a atuação voluntária de líderes comunitários, como Ica, responsáveis por organizar ensaios, trajes, músicas e a participação das meninas ao longo dos anos.

A homenagem no Palácio da Liberdade reconhece essa dedicação e reforça a relevância de um trabalho que vai além da comemoração natalina. Em Ouro Preto, onde o patrimônio cultural é parte central da vida cotidiana, grupos como o das Pastorinhas do Padre Faria representam

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Amante da música, compositora e estudante de jornalismo. No Mais Minas é redatora nas editorias de entretenimento, cidades e moda.