Ouro Preto é, sem sombra de dúvida, uma das mais belas cidades do Brasil que não só eterniza, mas como também renova nas pessoas o sentimento de liberdade e a força por causa das diversas conspirações iniciadas em suas seculares vielas. A história expressa não tão só nos “causos”, como também nos casarões fizeram da antiga Vila Rica, Patrimônio Cultural da Humanidade, motivo pelo qual – além, claro, do famoso carnaval e da semana do 12 organizados pelas repúblicas universitárias – a cidade é sempre vista em jornais, programas de televisão e não sai dos roteiros de viagem das famílias distribuídas pelo mundo a fora.
A capacidade turística desse município, faz com que a prioridade das políticas públicas seja sempre voltada para o bem estar dos visitantes que vêem, em tese, uma cidade (da chegada ao Centro Histórico) bem cuidada, bem conservada e com algumas opções acessíveis de restaurantes e hotéis, – sim, algumas! A cada ano que passa, o turismo em Ouro Preto é convidativo à pessoas da alta sociedade que têm a capacidade de pagar pelos abusivos valores cobrados pelos donos dos setores comerciais, e menos ao público em geral, especialmente aos estudantes. Lamentável! – o que não está de tudo errado, pois o turismo pode ser uma das maiores fontes de renda local.
No entanto, do que adianta todo esse zelo superficial à Ouro Preto do cartão postal que aparecerá na mídia, que o turista vê e que é favorável somente ao bolso dos comerciantes, se faltam políticas públicas de inclusão dos moradores periféricos, de segurança; de saúde, educação e saneamento básicos? A cidade estagnou, poucas são as oportunidades de emprego para os jovens e até mesmo para os mais experientes, que até clamam pela vitória de seus candidatos políticos, na expectativa de conseguirem alguma vaguinha no setor público onde poderão “resolver” suas vidas. Basta acompanhar o diário oficial do município para averiguar centenas de nomeações aos cargos comissionados.
Os mais velhos já acomodaram-se ou já adaptaram-se à Ouro Preto em que vivem, porém cabe aos jovens mudarem essa realidade de aceitação de tudo que é feito por seus representantes políticos, sobretudo se começarem a acompanhar, a participar e a cobrar políticas voltadas para o seu bairro, para seu distrito, para a cidade e não só para si. De tanto as pessoas pensarem em si próprias, chegamos ao ponto em que estamos. Para muitos, Ouro Preto é tudo, para alguns, – inclui nativos – Ouro Preto não é nada!
Não diferente daquilo que vemos a nível federal, essa cidade também é governada por empresários e sob as vontades do legislativo. Até quando os ouro-pretanos vão pagar pelos compromissos feitos pelos candidatos em campanhas eleitorais para conseguirem ser eleitos? Jovens, sejamos diferentes! Corramos atrás, cobremos, participemos, façamos, mas não vamos nos contentar com tudo, a mudança depende da vontade e do esforço de cada um de nós.
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