Disseram que 2013 foi o ano em que os musicais voltaram aos cinemas. Verdade?!
A safra daquele ano, contudo, restringiu-se a um musical e a um pseudomusical, “O grande Gatsby”, de Baz Luhrmann.
O musical propriamente dito foi “Os Miseráveis”.
Mas é preciso deixar o livro de lado a fim de apreciar esta versão. Para quem conserva na cabeça as cinco partes muito bem urdidas por Vitor Hugo, o filme de 2013 pode não ser uma experiência agradável. Os Miseráveis de 1998, que traz Liam Neeson, Uma Thurman e Claire Danes no elenco atende melhor às expectativas daqueles que não se desapegam de jeito nenhum da literatura.
Os Miseráveis de 2013, repito, é um musical.
Já a versão cinematográfica de O Grande Gatsby, um falso musical, sinaliza uma tendência junto com o anterior Moulin Rouge (2001), aliás, do mesmo diretor. O Grande Gatsby é uma espécie de vídeo clipe baseado no livro de Fitzgerald.
A estrutura de Os Miseráveis, o musical, tem dois polos interessantes.
O primeiro é a autodefesa de Jean Valjean. O segundo, sem dúvida alguma, é I Dreamed a Dream na voz de Anne Hathaway.
No romance de Hugo, apesar da divisão em cinco partes, todas as subtramas giram em torno de Jean Valjean.
Um dos poucos aspectos que lembram o livro é o contraste de luz que o diretor Tom Hooper conseguiu imprimir.
O filme de Hooper é baseado no musical escrito por Alain Boublil e Claude-Michel Schönberg em 1980. Abstrair-se do livro pode render 2h30min de aprendizado e, talvez, algum prazer.
Cena ESPETACULAR de Anne Hathaway cantando “I Dreamed a Dream” no filme Os Miseráveis. Veja:
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