Doze peças sacras tombadas do século XVIII foram entregues à comunidade de Catas Altas depois de passarem por um completo processo de restauração.
A cerimônia de entrega aconteceu durante as festividades em homenagem à Santa, no último dia 22 de maio. Após a solenidade, fiéis e autoridades seguiram em procissão até a capela de Santa Quitéria, onde as peças foram colocadas em seus devidos lugares. Uma missa também foi celebrada no local.
“É um momento muito importante, pois estamos valorizando a cultura e a religiosidade de nossa cidade. A mineração vai acabar, mas estamos criando alternativas de fontes de renda para a população. E a preservação do nossos patrimônio contribui para o crescimento do turismo que, hoje, é um forte pilar econômico em todo o mundo”, destacou o prefeito José Alves Parreira.
Objetos restaurados – Entre as peças que foram devolvidas estão cinco imaginárias (imagens de Santa Quitéria, Nossa Senhora do Carmo, São Luis Gonzaga, São Francisco Bórgia e Crucifixo), seis objetos de iluminação (castiçais) e um material de ritual (pia de água benta).
A restauração foi realizada em 2018 e começo de 2019 no consistório da igreja Matriz, onde foi montado um ateliê que ficou aberto à visitação durante todo o trabalho.
O projeto pioneiro, aprovado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), fez parte da primeira etapa do processo de restauração dos bens móveis do município.
As obras desta fase custaram cerca de R$ 208 mil. Os recursos foram oriundos do Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).
Ao todo, a restauração dos bens móveis do município está sendo realizada em quatro etapas. Além da Santa Quitéria, serão contempladas a capela de Nosso Senhor do Bonfim e as igrejas de Nossa Senhora do Rosário e Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Capela de Santa Quitéria – Localizada no alto da colina, a Capela de Santa Quitéria é datada do século XVIII. Foi construída em 1728 pelo Senhor Paulo de Araújo de Aguiar (possivelmente o proprietário do terreno) com ajuda dos devotos da comunidade. Em um documento de registro de casamento em 1734, a Capela aparece pela primeira vez nos livros de Cúria Arquidiocesana de Mariana.