O rompimento da barragem da Samarco/Vale em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, foi uma tragédia que abalou o país. A lama levou consigo todo o distrito e 19 vidas. Por muito tempo, ela foi pauta de grandes veículos midiáticos, mas a realidade é que depois de um tempo, a tragédia acabou sendo esquecida como tantas outras. Para lutar contra esse esquecimento e mostrar as consequências da tragédia na vida dos atingidos é que surgiu o jornal “A Sirene”. Agora, mais uma vez essas pessoas são atingidas. A única forma que elas tinham de ser ouvidas está suspensa por falta de verbas.
O jornal era mantido por um acordo entre os atingidos, o Ministério Público e a Arquidiocese de Mariana. Porém, a pareceria terminou em julho deste ano. Como solução, a equipe de jornalismo do veículo pensa em criar um financiamento coletivo. Em entrevista ao G1, o editor-chefe da Sirene, Sérgio Papagaio, afirmou que também trabalho com a hipótese de possíveis parceiros para que o jornal volte a circular o quanto antes.
Para não esquecer
O jornal começou a circular em 2016 e em julho chegou a sua 42ª edição. Como uma forma de protesto e para não deixar esquecer a tragédia, A Sirene é publicada todo dia 5, data em que ocorreu o rompimento. Ela é a principal forma que os atingidos tem de se fazerem ouvidos e denunciar as consequências diárias da tragédia.
A Sirene é entregue de porta em porta, com o intuito de mostrar aos moradores o que as regiões atingidas pelo rompimento estão produzindo sobre educação, justiça, esporte, direitos humanos e cultura. O conteúdo das matérias traz relatos sobre as dificuldades enfrentadas após rompimento e denúncias contra a Samarco e a fundação Renova. Além de mostrar como eles estão se adaptando a essa nova realidade forçada pela tragédia.
A equipe do jornal é composta por voluntários da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além dos atingidos.
Onde encontrar o jornal
O jornal A Sirene é distribuído na versão impressa na cidade de Mariana e pode sem encontrado também online. Para ter acesso ao site basta clicar aqui.