Para não ser taxado de oportunista, resolvi escrever sobre o assunto agora, enquanto a rotina do futebol brasileiro ainda começa a voltar ao normal. Até porque quando acontecer, e sabemos que vai, o primeiro erro contra o Cruzeiro e esse um virar dois, três, quatro, será fácil falar sobre o tema. Mas o que é fato é que o futebol brasileiro pede, necessita do auxílio da tecnologia aos nossos árbitros.
Todo ano um número absurdo de marcações equivocadas acontece nas competições nacionais. E esses erros são para todos e contra todos, claro que uns um pouco mais, e não tem uma torcida que não tenha aquele lance que jura que foi marcado de má fé pelo juiz.
Um alento para a torcida cruzeirense é que na Copa do Brasil o VAR começará a ser utilizado a partir das quartas de final. Uma boa garantia a uma torcida que é traumatizada com os homens do apito, pois não foram poucos as vitórias e campeonatos tirados de nossas mãos por estes.
E a Copa do Mundo veio em boa hora calar os críticos da tecnologia no futebol. O uso do VAR foi um sucesso. Nenhum gol em impedimento validado e em lances de pênalti restaram apenas os discutíveis e interpretativos, que já fogem da alçada inclusive da tecnologia. A sensação ao ver o árbitro fazer o sinal do quadrado com os dedos era de justiça.
Alguns podem até dizer: “Ah, mas o Cruzeiro votou contra a implantação do VAR no Brasileirão”. Mas há de ser dito que é quase absurda a ideia da CBF, entidade corrupta, com faturamento anual de mais de 600 milhões de reais (números de 2017) direcionar todo custo de implantação e operação da tecnologia aos clubes. O uso da tecnologia em 380 jogos do campeonato custaria cerca de 20 milhões de reais, valor que não deve de hipótese alguma sair do bolso dos clubes. Primeiro porque são as equipes a razão de existir do campeonato. Segundo porque esses clubes pagam inúmeras e valorosas taxas à CBF. Terceiro pelas condições financeiras discrepantes entre as equipes. Não tem como comparar o faturamento do Flamengo com o do América-MG, por exemplo.
Mas acredito que é questão de tempo para que a tecnologia chegue para ficar. Com os torcedores e clubes vendo os disparates que estão por vir no decorrer do Brasileirão e o justo equilíbrio que o VAR dará à Copa do Brasil, acredito que mais cedo ou mais tarde os cartolas da entidade mais poderosa do futebol brasileiro verá que, ao menos uma vez, terá que agir em prol dos clubes, invés de a si própria.
Eu sou VAR desde criancinha.
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