O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recebeu na terça-feira, 22 de fevereiro, em Belo Horizonte, o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), e o prefeito interino de Mariana, Juliano Duarte (Cidadania), em uma reunião que também contou com os deputados João Leite (PSDB) e Roberto Andrade (PSB).
A pauta da reunião foi a possibilidade de recuperação da malha ferroviária de Minas Gerais, a exemplo da linha que passa entre Ouro Preto e Mariana e alcança a Zona da Mata e o norte do estado do Rio de Janeiro.
Os recursos viriam da resolução 4131 da ANTT de julho de 2003 que estão, até hoje, retidos pelo Governo Federal em detrimento das reivindicações do ferroviarismo em Minas Gerais.
“A recuperação da ferrovia em questão é de extrema importância para o desenvolvimento empresarial de Ouro Preto, Mariana e da Zona Da Mata”, publicou Angelo Oswaldo, em suas redes sociais.
Veja a extensão da linha férrea que pode ser recuperada em Minas:
Em Mariana, há um extenso trecho de linha férrea, mas que, de acordo com Juliano Duarte, foi sucateado. Há apenas o trem turístico, da Vale, para Ouro Preto, que contribui para o incentivo do turismo das duas cidades.
“Mariana tem um extenso trecho de linha férrea que foi todo sucateado e roubado. Hoje só há o antigo caminho e as pessoas vêm invadindo, o que tinha de linha férrea não existe mais. Até Ouro Preto temos o trem turístico, da Vale, que ajuda muitos os dois municípios em relação ao incentivo ao turismo. Mas em relação à Ponte Nova, não temos mais a linha. Porém, temos três estações ferroviárias que estão nos distritos de Furquim, Bandeirantes e Monsenhor Horta. Duas estão em perfeito estado de conservação e a terceira, que é Monsenhor Horta, vamos iniciar a recuperação”, declarou Juliano Duarte durante a reunião.
Angelo Oswaldo lembrou que em Ouro Preto havia uma tradicional fábrica de alumínios, a Alcan, que sofreu com o fechamento da ferrovia. “A nossa fábrica tradicional de alumínio, que atendia Mariana e Ouro Preto, perdeu o fechamento da ferrovia, porque a bauxita vinha de trem de Itamaraty de Minas e Cataguases. Fecharam e a fábrica acabou”, contou.
Romeu Zema, porém, também salientou que o Brasil, como um todo, perdeu produção de alumínio por conta do encarecimento da energia elétrica. “O percentual de alumínio que nós produzíamos na década de 1980 no mundo e hoje é muito inferior, principalmente por conta da energia. No Norte não tem problema ferroviário, mas a empresa estagnou”, disse.
O secretário executivo do Fórum Permanente dos Prefeitos da Bacia do Rio Doce e ex-prefeito de Mariana, Duarte Júnior, também esteve na reunião. Ele agradeceu ao governador por ter recebido os representantes dos municípios mineiros para tratar da retomada das ferrovias.
“Esse é um tema muito discutido e salientado, qual observamos grande importância não só para nosso estado, mas todo Brasil. A reunião foi muito produtiva. O governador nos ouviu com muita atenção e houve interação total. Tenho certeza que ele dispensará esforços para atender esta demanda tão esperada. A reativação das redes ferroviárias é um sonho compartilhado por muitos”, declarou Duarte Júnior.