Não sou adepto do dito popular que diz: “a primeira impressão é a que fica”, pois já tive várias primeiras impressões mudadas a partir da segunda, terceira ou até mesmo décima impressão, tanto para melhor quanto para pior. Já fui avaliado mal em primeiras impressões e acredito que quase todo mundo já “desmentiu” este dito pelo menos uma vez na vida.
Acredito porém que é sempre bom causar uma boa impressão e em alguns momentos isso é até necessário.
Rogério Ceni, no ultimo domingo, dia 17, ao estrear no comando do Cruzeiro, deixou uma boa impressão no torcedor cruzeirense. Claro que não precisava de muito para que esta primeira impressão fosse boa, pelo momento que o Cruzeiro vinha vivendo, uma vitória (mínima que fosse) já deixaria uma impressão melhor do que a que existia. Mas a boa impressão causada pelo novo treinador não se restringiu a baixa exigência que existia. Pelo contrário, foi, pelo menos na minha opinião, tão boa que superou até as expectativas mais otimistas.
A boa impressão começou logo no anúncio da escalação, a qual demonstrou visão de jogo e criatividade do novo treinador, ao escalar Dodô como volante no lugar do questionado Ariel Cabral, posição esta que ficou carente com as saídas de Lucas Romero e Lucas Silva. Muitos já pediam a contratação de uma peça para repor o setor, mas Ceni encontrou uma solução caseira que aparentemente deu certo, ponto pra ele. Outra novidade na escalação foi á entrada de David no lugar de Robinho, formando assim uma linha ofensiva de muita movimentação e velocidade ao lado de Marquinhos Gabriel e Pedro Rocha, o que já deixou claro a intensidade e a velocidade que o treinador quer do “novo cruzeiro”, mais um ponto para o treinador que viu logo no começo do jogo David fazer bela jogada de velocidade e lançar Pedro Rocha, que foi derrubado pelo zagueiro adversário ocasionando a expulsão do mesmo.
O Cruzeiro questionado por finalizar poucas vezes durante as últimas partidas, em algumas delas sequer finalizou, finalizou 21 vezes (sendo praticamente a metade delas no alvo) no primeiro jogo sob o novo comando; Tiago Neves, um dos principais jogadores da equipe e um dos mais queridos pela torcida, mas que vivia um período de baixa, voltou a jogar bem, sendo o principal finalizador da partida, melhor em campo e também autor de um dos gols e de uma assistência. Até Fred que não marcava há muito tempo voltou a marcar, quer melhor impressão que isso?
Outro ponto que pesou a favor do treinador foi á ousadia e a ambição por vencer demonstrada ao sacar Egidio para colocar Fred em seu lugar ainda no primeiro tempo de jogo, logo que percebeu que a superioridade numérica do Cruzeiro no jogo já se demonstrava também tecnicamente. Dificilmente o antigo comandante teria esta atitude, pelo menos não de imediato.
Claro que toda essa boa impressão causada pelo Cruzeiro e seu novo treinador no último jogo ficam sob asterisco ou interrogação, devido à expulsão de um jogador adversário logo no inicio da partida. Mas expulsões fazem parte de um jogo de futebol e o Cruzeiro já enfrentou, outras vezes, adversários com inferioridade numérica, e mesmo assim, não conseguiu se impor tal qual se impôs contra o Santos, no ultimo domingo.
Se a primeira impressão de Rogério Ceni será a que ficará, só tempo poderá nos responder, mas que ela foi boa, e muito boa, ah sim foi.