No último dia 01 de Fevereiro a comunidade do bairro Antônio Dias em Ouro Preto foi surpreendida com o corte de duas imensas árvores localizadas na Rua Xavier da Veiga. Com o pressuposto de ambas serem espécies exóticas, as autoridades municipais autorizaram o corte destes exemplares da flora.
É lamentável que em pleno século XXI, onde a importância da natureza se mostra cada vez mais presente, a cidade monumento mundial tenha que lidar com situações que beiram a irresponsabilidade.
Segundo o parecer que autorizou a supressão da Yucca e da Coroa de Cristo (nome das árvores), trata-se de “adequação paisagística do centro histórico”. Mas que adequação seria essa? De onde saiu esta ideia descabida?
Qualquer projeto que busque adaptar a área histórica precisa passar pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e, tratando-se de “adequação paisagística”, deve ser submetido ao Conselho Municipal de Desenvolvimento. Ambiental (CODEMA).
Haja vista que não houve exigência do IPHAN e tampouco o CODEMA foi avisado, notificado ou consultado, a impressão que se fica é que estão sendo usadas desculpas esfarrapadas para justificar o injustificável, ou seja: não faz sentido algum cortar dois belos exemplares arbóreos a troco de nada!
Outro ponto de tudo isso que chama a atenção é o silêncio repentino de diversos segmentos dos movimentos ambientais da cidade. Se em outros tempos a defesa da natureza era pauta diária dos jornais e rádios locais, parece que agora não está mais na moda defender o verde, é capina química sendo realizada sem aval do Conselho responsável, é supressão de espécie vegetal à toa, é retirada de mata nativa e ninguém fiscaliza…
Enfim, muita coisa estranha está acontecendo em Ouro Preto, o que é lamentável, afinal os que buscavam uma nova cidade e estavam cansados do período em que o município estava jogado às traças, não poderia imaginar que teríamos que voltar a defender o óbvio, tipo corte de árvore sem necessidade.
Nestas horas que fica a pulga atrás da orelha: a quem serve tudo isso? Pois se houve autorização de corte, alguém pediu. Quem será?
Até a próxima.