A realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é, com toda certeza, um dos mais importantes momentos na vida de um estudante. Após se preparar durante anos, o aluno presta o exame que permite o ingresso na maior parte das universidades públicas do país, desejo de grande parcela da população.
Contudo, ninguém esperava é que o planeta fosse ser afetado por uma pandemia que mudou completamente a forma de vida de toda população mundial, onde todos os países precisaram adotar o isolamento social como medida de segurança e prevenção ao vírus que resulta numa doença muitas vezes letal, a COVID-19.
Com a paralisação das atividades, os estudantes que prestariam o Enem ficaram prejudicados, já que, as escolas, cursinhos e outros meios de estudo foram fechados por tempo indeterminado.
Por isso, pensando nos colegas que tiveram o ano letivo interrompido pela pandemia, estudantes de diversas universidades e institutos federais criaram o QuarentEnem: um projeto para auxiliar, por meio das redes socais Instagram, Telegram e WhatsApp, esses alunos que acabaram sofrendo com a paralisação das aulas.
QuarentEnem
O QuarentEnem busca, por meio de um método preparatório simples e objetivo, ajudar os estudantes a seguirem com seus estudos e serem menos prejudicados neste momento de pandemia. Os conteúdos aplicados são divididos por dia e em disciplinas, como podemos ver no post abaixo:
No Instagram do projeto também é possível encontrar um link do agregador de arquivos Google Drive, com material para estudo de diversas disciplinas, além de links para o ingresso nos grupos destinados as discussões, correções de exercícios e das redações.
Importância do projeto
Gabriela Moura, estudante de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e participante do projeto falou sobre a importância do projeto e também sobre o que a levou a fazer parte dele.
“O Brasil é um país extremamente desigual e isso se reflete em larga escala na educação. Se existem diversos problemas e discrepâncias de oportunidades no ensino superior, na Educação Básica os números são ainda maiores. Então não podemos partir do pressuposto que o Enem em si é um exame igualitário”, disse Gabriela.
A estudante falou sobre a desigualdade que se acentuou ainda mais com a quarentena na educação brasileira.
“Já existem diversos problemas independente de quarentena ou não. Porém, nesse momento inédito no qual estamos passando, a situação se agravou ainda mais. Um terço da população brasileira não tem computador em casa ou não tem acesso à internet. Os alunos de escola particular continuam tendo aula e, obviamente a maior parte, por estar pagando a escola particular, têm condições de ter um computador em casa. Já os alunos de escola pública, estão sem aulas, sem recursos e sem direcionamento”, falou.
Gabriela também contou sobre a motivação de criar o projeto QuarentEnem e sua importância.
“O projeto foi criado antes do adiamento do Enem e foi uma forma que encontramos de amenizar, na medida do possível, esse desamparo com os estudantes. Estamos tentando auxiliar os alunos a partir dos nossos conhecimentos e da nossa experiência, e felizmente, estamos contando com o apoio de vários professores da educação básica que se envolveram no projeto também. O intuito do projeto é ajudar e direcionar esses estudantes, principalmente os menos favorecidos, que são os mais prejudicados”, completou.
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