O relatório contendo as conclusões e as recomendações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho vai começar a ser elaborado a partir desta segunda-feira (12/8/19). A informação foi destacada pelo presidente da CPI, deputado Gustavo Valadares (PSDB), e pelo seu relator, deputado André Quintão (PT), em reunião da comissão realizada nesta segunda, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A atividade foi marcada para ouvir cinco funcionários da Vale: o geólogo da mineradora, César Grandchamp; os integrantes da Gerência de Geotecnia da Vale, Artur Bastos, Cristina Malheiros e Renzo Albieri; e o coordenador do Plano de Ação de Emergência da Barragem, Marco Conegundes.
Além disso, também seria ouvido o funcionário da consultoria Tüv Süd, que fez análises sobre a estabilidade da barragem em Brumadinho, Denis Valentim. Mas, todos os convocados se ausentaram da audiência, respaldados por decisões judiciais.
Dos funcionários da Vale, todos já tinham sido ouvidos pela CPI, exceto Marco Conegundes, que já tinha obtido liminar na Justiça anteriormente. Depois de serem ouvidos pela primeira vez pela comissão, os outros quatro foram chamados para uma acareação e conseguiram liminar garantindo que a presença na ALMG não era obrigatória. Denis Valentim também já tinha sido convocado antes, mas não compareceu respaldado por esse mecanismo.
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Os deputados convocaram novamente essas seis pessoas porque consideraram que, com o avanço das investigações, seria importante esclarecer algumas questões. André Quintão enfatizou, por exemplo, que poderiam ser abordados o rompimento do 15º dreno da barragem e a leitura dos radares que já mostrava movimentação na estrutura.
Apesar disso, ele considera que não haverá prejuízo para o relatório. “Já temos uma série de fatos, de ações e de omissões para fundamentar um bom relatório com as devidas responsabilizações coletivas e individuais”, informou o parlamentar. Em sua opinião, é necessário que haja possibilidade de monitorar o andamento das recomendações que serão feitas pela CPI.
“Parece que a estratégia foi tentar blindar os escalões superiores da Vale, mas os fatos estão absolutamente explicitados. Como relator, me considero apto a iniciar esse trabalho, que será exaustivo pelo volume de informações”, acrescentou André Quintão.
* Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais