O ano de 2010 não foi muito bom para a teledramaturgia brasileira. Começou com “Tempos Modernos”, que era para ter sido uma novela à frente do seu tempo, mas deslizou e se perdeu completamente, entrando para o hall daquelas novelas que a Globo quer esquecer que um dia produziu como, “Bang Bang” (2005) e mais recentemente “O Sétimo Guardião” (2018).
RecordTV e SBT também estrearam novelas, porém elas não conseguiram empolgar o público. O SBT, com um remake de uma novela exibida originalmente na Globo; a Record, com uma trama clichê.
Veja as novelas que completam dez anos em 2020:
Tempos Modernos
“Tempos Modernos” foi a primeira novela do ano de 2010, estreando em 11 de janeiro, no horário das 19h00, escrita por Bosco Brasil com a colaboração de Maria Elisa Berredo, Mário Teixeira, Izabel de Oliveira e Patrícia Moretzsohn, sob a supervisão de texto de Aguinaldo Silva. A direção ficou a cargo de José Luiz Villamarim, que atualmente assume a direção artística da novela “Amor de Mãe”.
Essa é uma daquelas novelas que a Globo quer esquecer que produziu. Na trama, o personagem Leal Cordeiro, interpretado por Antônio Fagundes, empresário do ramo da construção civil, quer construir o Titã 2, um prédio inteligente no centro de São Paulo. Para realizar o seu feito, ele precisa demolir uma galeria de rockeiros. Hélia Pimenta (Eliane Giardini), uma antiga paixão, é contra o projeto e planeja impedi-lo.
O texto sofreu inúmeros ajustes, mas nada disso impediu que ela se tornasse um fracasso de audiência. A história andava em círculos e se tornou cansativa demais. Nem o grandioso elenco conseguiu salvar o folhetim.
Bosco Brasil já havia trabalhando em outras produções da emissora, como em “As Filhas da Mãe”, onde ele foi co-autor, porém “Tempos Modernos” foi seu primeiro e último trabalho como autor principal na Globo. Hoje, ele é contratado da Record. Além dessas emissoras, ele também já passou pelo SBT, onde foi colaborador da novela “As Pupilas do Senhor Reitor” (1994).
Relembre as chamadas da novela:
Uma Rosa com Amor
No dia 1º de março de 2010, o SBT estreava a novela “Uma Rosa com Amor”, um remake da obra homônima de Vicente Sesso, adaptada por Tiago Santiago com a colaboração de Miguel Paiva e Renata Dias Gomes.
Apesar de contar com um elenco de peso e uma ótima trilha sonora, a começar pelo tema de abertura, a história não empolgou o público. A trama basicamente gira em torno de Serafina (Carla Marins) e Claude (Cláudio Lins). Ela, uma moça simples que mora em um cortiço com os pais, Amália (Betty Faria) e Giovanni (Edney Giovenazzi). Ele, um empresário francês.
Claude precisa de um visto de permanência e a cidadania brasileira para fechar um negócio milionário no país, que ele só conseguirá se casando com uma moça local. A partir daí, com alguns sobressaltos e empecilhos, começa a se desenvolver uma linda história de amor.
Diferente da versão do SBT, a versão original foi um grande sucesso de audiência na década de 1970, na Globo.
Relembre a abertura:
Escrito nas Estrelas
Por falar em Globo, a emissora estreava em 12 de abril de 2010, a novela espírita “Escrito nas Estrelas”, com texto de Elizabeth Jhin e direção de Rogério Gomes. Embora a novela tenha essa carga espírita, a autora falou na época que a “temática não menciona diretamente nenhum credo”.
A história é um romance, perfeito para o horário que tradicionalmente atrai um público mais feminino. Ambientada no Rio de Janeiro, mostra a história de um homem que busca a mulher ideal para gerar uma criança a partir do sêmen congelado de seu filho morto em um acidente. Formado o triângulo, o telespectador descobre que pai, filho e a moça escolhida para se submeter à inseminação artificial têm ligações que vem de outras vidas.
A partir daí, a história se desenvolve com o espírito do jovem morto observando e tentando interferir nos acontecimentos do mundo terreno, ou seja, daqueles que estão vivos.
No elenco, estão Nathalia Dill, Jayme Matarazzo, Humberto Martins, Débora Falabella, Alexandre Nero, Zezé Polessa, Antonio Calloni, Gisele Fróes, Carol Castro, Marcelo Faria, entre outros.
Destaque para a atuação da atriz Cássia Kis Magro, que foi a grande vilã da novela.
Relembre a abertura:
Passione
No mês seguinte, em 17 de maio, a emissora carioca estreava a sua nova novela das nove, a estranha “Passione”. Estranha, porque a novela veio, falou, falou e falou, mas não disse a que veio.
Basicamente, a trama gira em torno dos personagens Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) e Antonio “Totó” Mattoli (Tony Ramos). Totó é o filho que Bete achava que estava morto. Quando ela descobre que ele está vivo e ele reaparece, isso acaba interferindo direta ou indiretamente na vida de todos os personagens. Outra personagem que interfere na vida de muitos personagens da história é a Clara (Mariana Ximenes) ex-prostituta e a grande vilã, ao lado do seu companheiro Fred (Reynaldo Gianecchini). O personagem de Tony Ramos se apaixona por ela e acaba sendo vítima de sua ambição, uma vez que ela está interessada no dinheiro que ele pode vir a ter por ser filho de Bete.
A novela foi escrita por Silvio de Abreu, com a colaboração de Daniel Ortiz, Mário Teixeira, Sérgio Marques e Vinícius Vianna.
Relembre a abertura:
Ribeirão do Tempo
No dia seguinte à estreia de “Passione”, a RecordTV também estreava sua novela “Ribeirão do Tempo”, escrita por Marcílio Moraes com direção de Edgard Miranda. O autor deixou a Record em 2019.
Não muito original, a trama gira em torno de uma grande empresária que quer construir um grande empreendimento, um resort, na cidade de Ribeirão do Tempo, porém construção não é aceita pela população local, dando início a uma batalha entre os dois lados. Enredo semelhante já visto em outras novelas de outras emissoras.
O elenco tem nomes como Bianca Rinaldi, Caio Junqueira, Ângelo Paes Leme, Liliana Castro, Antônio Grassi, Taumaturgo Ferreira.
Relembre a abertura:
Ti Ti Ti
Em 19 de julho de 2010, às 19h, a Globo estreava um remake, não de um, mas de dois sucessos do autor Cassiano Gabus Mendes (1929-1993): “Plumas e Paetês” (1980) e “Ti Ti Ti” (1985). A história foi adaptada por Maria Adelaide Amaral e com direção de Jorge Fernando.
A trama gira em torno dos personagens Ariclenes Martins/Victor Valentim (Murilo Benício) e André Spina/Jacques Leclair (Alexandre Borges), inimigos de infância que disputam tudo o tempo todo.
A novela substituiu a fracassada “Tempos Modernos” e foi ambientada em São Paulo com um texto bem humorado que caiu muito bem nas mãos do diretor Jorge Fernando (1955-2019), garantindo bons índices de audiência.
No elenco também estão Cláudia Raia, Juliana Alves, Isis Valverde, Caio Castro, Guilherme Winter, Guilhermina Guinle, Dira Paes, Malu Mader e outros.
Relembre a abertura:
Araguaia
A última estreia na teledramaturgia do ano de 2010, foi a novela “Araguaia”, em 27 de setembro, às 18h, na Globo. A novela foi escrita por Walther Negrão e teve direção de Marcos Schechtman. Depois desta novela, o autor ainda escreveu “Flor do Caribe” (2013) e “Sol Nascente” (2016), até anunciar sua aposentadoria em 2019.
Dividida em duas fases, o folhetim sobreviveu aos trancos e barrancos, uma vez que o autor passou por alguns problemas de saúde durante a exibição e houve mudanças no enredo por causa da falta de química dos personagens principais. A vilã que seria interpretada por Cléo
Pires, deixou de ser vilã para se tornar uma espécie de co-protagonista. De nada adiantou. A história não prendeu o público, resultando em baixos índices de audiência.
Relembre a abertura: