A sustentabilidade é um assunto global. As implicações e consequências das atividades humanas e seus impactos ambientais são profundas. Além da extração de matérias-primas, demanda por água e fontes de energia como os combustíveis fósseis, ainda precisamos lidar com uma enorme produção de lixo e todo seu potencial poluidor.
No Brasil, desde 2010, vigora a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305), também conhecida como PNRS. Com ela, houve um importante salto sobre políticas públicas e leis acerca do tratamento do lixo e resíduos sólidos produzidos pelo país.
De acordo com número da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), somente no ano de 2015 foram contabilizadas 79,9 toneladas de lixo. A PNRS estima que cerca de 30% desse material apresenta potencial para processos de reciclagem, mas, no entanto, só 3% é de alguma forma reaproveitado.
Vale lembrar que quando se trata de resíduos industriais é importante classificá-los como Perigosos e Não Perigosos, e que a identificação, armazenamento e transporte de resíduos tóxicos, inflamáveis, corrosivos ou infectantes só devem ser conduzidos por empresas especializadas nesse tipo de material.
Lucro que vem do lixo
O mercado de resíduos traz muitas vantagens ao mercado e ao meio ambiente. Além de diminuir a necessidade de extração de novas matérias-primas e reduzir a quantidade de resíduos sólidos que poderiam ser meramente rejeitados e depositados no lixo, as atividades geram empregos diretos e indiretos, renda para companhias e cooperativas e ainda podem trazer lucros para empresas.
Muitos materiais que inicialmente são tratados como refugo de produção podem se transformar em matéria-prima para outras atividades. Entre eles estão as borrachas, papéis, vidros, produtos químicos e orgânicos de diferentes naturezas, sucata e entulhos da construção civil.
Para unir empresas geradoras de resíduos sólidos aos potenciais compradores desses materiais, o software VG Resíduos reúne as duas pontas dessa cadeia e desfaz esse tipo de gargalo. Além de permitir o gerenciamento de resíduos em todas as etapas de produção da empresa, ele coloca em contato empresas que desejam comprar e vender seus resíduos.
Com uma plataforma simples, empresas cadastradas negociam seus descartes com os tratadores e recicladores interessados no material. O processo funciona como uma espécie de leilão online em que é possível optar pela melhor oferta.
Além de gerar receita para empresa, a iniciativa da VG Resíduos também facilita um ponto muito importante: filtrar empresas de coleta e tratamento de resíduos que estejam em conformidade com as legislações ambientais.
Não é à toa que grandes empresas e bancos leiloam seu lixo eletrônico. Esses componentes podem produzir boas quantidades de ferro, cobre, alumínio, vidro e outros materiais com alto valor no mercado dos recicláveis. Em 2017, por exemplo, uma ação desenvolvida entre a Eletrobras e o Banco Mundial conduziu o leilão de medidores de energia já obsoletos em seis estados (Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Piauí e Alagoas). Foi possível arrecadar cerca de R$ 5,4 milhões, que foram destinados a projetos sociais.
Um olhar mais apurado ao tratamento do lixo industrial e urbano pode ser uma saída viável para captação de recursos em meio à crise econômica.