Em plena ascensão na carreira, Duzz é um exemplo de que o tempo e a persistência podem nos reservar grandes conquistas. Sinônimo de metamorfose dentro do rap, o artista vem ganhando espaço com músicas que transitam entre as diferentes vertentes do estilo. Quebrando as barreiras estaduais, foi no Rio de Janeiro que o paulista encontrou seu espaço, fechando com a gravadora Uclã, com quem cresceu mutuamente.
Em entrevista exclusiva ao Mais Minas, o rapper conta ao repórter João Victor Pena sobre o impacto da faixa Sorry Mom em sua carreira, a volta da 2ALL, a metamorfose que sofreu nos últimos anos, o sucesso da Uclã e mais. Confira:
Sorry Mom
MM: Alguns meses atrás, você lançou a faixa Sorry Mom, que conta com participação do BC Raff, e que se tornou um dos grandes hits do rap nacional em 2019. Qual foi o impacto dessa música na sua carreira?
D: Sorry Mom é uma faixa que tem um impacto grande na minha carreira, porque ela consolidou dois anos de estudo que eu tive em relação a música, mundo artístico, e ao trap. Ela consolidou um pouco disso, porque ela conseguiu abrir portas pra mim. Mostrou pras pessoas que eu sabia o que eu tava fazendo e que era algo real aquilo. Consolidou um projeto de praticamente dois anos. Apesar de já fazerem dez anos que eu escrevo e faço música, faziam dois que eu tava focado na minha carreira. Ela marcou esse processo de crescimento pessoal que eu tava tendo. Pra muita gente foi novidade, foi meu primeiro hit, mas pra quem acompanha meu trabalho há muito tempo, sabe que aquilo foi só mais uma vírgula na minha sequência de trabalhos. Eu já tinha dois álbuns, uns três EP’s na pista, muitas mas muitas músicas já feitas e muitos projetos feitos de forma independente e amadora. Além de muito estudo e muito trabalho em outras áreas. Então quem me acompanha sabe que Sorry Mom foi sim algo que teve um impacto muito grande na minha carreira, que mudou minha vida, mas é só um fruto de muitos anos de planos e estudo.
MM: Logo assim Sorry Mom que foi anunciada, a faixa chamou atenção por se tratar de um feat pago. Em uma parceria como esta, como ficam divididos os lucros com YouTube e plataformas digitais?
D: Sim, chamou bastante atenção por ser um feat pago. Eu acredito que eu tenha sido o primeiro artista do Brasil, no rap, que tinha pelo menos um pouquinho de expressão, que assumiu e disse normalmente que havia sido um colaboração paga. Eu nunca fiz questão de esconder isso, eu até falo na música que investi num feat do Raffa. É um artista que eu já acompanhava e respeitava. A negociação foi feita da maneira que a gente achou conivente no momento, o profissionalismo aconteceu de todas as partes, foi um trampo muito profissional. Eu acho que a questão da divisão varia de trabalho para trabalho, cada um trabalha da forma que acontece ali com as pessoas que estão envolvidas. Sorry Mom foi palavreada de uma forma, a gente conversou de uma forma e todo mundo cumpriu com aquilo que foi dito. Acho que é isso que importa. Isso não quer dizer que todos os outros trampos tenham que seguir a mesma lógica ou o mesmo caminho, cada um bola aí o que acha que é mais viável. O que importa é que SM foi feita da maneira correta e todo mundo cumpriu o que disse, fez a sua parte. O importante é fazer um trabalho desse tipo, remunerado ou uma parceria, mas que seja feito da forma certa, onde todo mundo cumpra com o combinado. Acho que a partir daí não tem problema nenhum.
Volta da 2ALL e feat com Lil Wayne
MM: Nas suas redes sociais, é possível ver um grande apelo do público em relação a uma possível volta da 2ALL, seu grupo com Scoppey. Qual é de fato a situação do grupo hoje? Há de fato planos para voltar com o projeto?
D: A 2ALL é um marco muito grande pra mim e pro Scoppey, mas é mais em relação ao YouTube do que nossas carreiras. De certa forma, a galera ainda não consegue separar a relação que a gente tinha com o YouTube com que a gente tem com a nossa carreira na música. São coisas diferentes. A 2ALL surgiu naquela fase e aí depois de um tempo acabou desvirtuando. Eu comecei a focar nos meus projetos, focar mais nas minhas músicas. O Scoppey é um pouco mais novo que eu, uma diferença de cinco, seis anos e que faz diferença, até por causa das fases que cada um tá vivendo. Nós estamos vivendo momentos diferentes. Em virtude disso e da distância, naturalmente cada um focou um pouco no seu lado, no seu projeto. Mas isso não mudou em nada a amizade que temos. A gente continua naturalmente, eu fiz meus trampos, fiz meu corre, ele estudou e evoluiu da maneira dele, correu atrás do dele. Ele tá vindo com um álbum pesado agora, que vai ser o retorno oficial, pra mostrar a sua evolução. Tudo muito natural, nós somos irmãos. A 2ALL pras pessoas é um grupo, é uma parada, mas pra gente é uma algo independente, é nós. Mas nós temos um projeto sim. Nós modificamos a nomenclatura do grupo, agora é 24LL, com 24 e LL. Agora faremos do grupo algo musical de fato, com tudo aquilo que a gente se tornou e cresceu. Fazer algo com a maturidade que eu tenho na minha carreira solo e que ele tá trazendo pra dele em seu álbum de estreia. Nós vamos retornar com uma mixtape colaborativa com LR Beats, ainda sem data ou algo do tipo. Mas nós já temos essa ideia e isso vai ser feito. 2020 é logo ali.
MM: Em maio, você e o Ecologyk participaram do remix da faixa I Will Not Break, do Kevin Rudolph. Esse trabalho chamou atenção por conter, além de vocês dois, Lil Wayne no feat. Como surgiu o convite para participar dessa track? Pode nos dar detalhes da produção?
D: Isso foi loucura total. Ecologyk um dia me ligou por vídeo, disse que tinha um projeto doido pra mim, internacional, e aí ele falou que era Lil Wayne na parada. Eu não acreditei, a ficha não caiu, fiquei falando que ele tava me zoando. Mas não era zoeira não, era verdade. Ele tinha chamado mais artistas, mas por questões de tempo e outros projetos acabou sendo só eu. Talvez tivesse tido mais impacto se outra pessoa tivesse feito junto comigo. Acabou não acontecendo, mas foi muito bom de qualquer forma. A galera acabou não olhando isso do jeito que eu olharia se fosse outro artista. Se saísse um remix de outra pessoa com Lil Wayne, eu com certeza iria falar daquilo, mostrar aquilo pros outros. A cena em si acabou nem vendo de certa forma, infelizmente. Mas foi uma experiência muito foda. Eu senti um frio na barriga pra criar essa faixa. Por ter o Wayne, senti a necessidade de fazer algo bom. Quando eu recebi e ouvi a música, senti o clima, e vi as letras, eu soube que liricamente eu não ia ter problemas. As barras do Wayne são sinistras, é uma marca boa dele. Eu tava tranquilo, porque sabia que podia usar a minha identidade normal, que ia combinar. Depois disso fiquei confortável, fui pro estúdio e desenrolei tranquilo a parada com o Eco, que tem uma engenharia musical absurda. Foi mó vibe, bagulho doido, tenho feat com Lil Wayne. Tô nem aí pra quem não quer feat comigo haha.
MM: No momento, você está participando ou desenvolvendo mais alguma colaboração internacional?
D: No momento não estou desenvolvendo nenhuma colaboração internacional de fato, mas tem alguns contatos acontencendo. Como não algo a fundo sendo feito, eu prefiro não falar, mas a possibilidade é grande de rolar umas paradas maneiras. Em 2020 com certeza vai ter bastante feat internacional louco aí pra nós.
A metamorfose do artista e a síntese de Duzz
MM: Você passou por uma verdadeira metamorfose nos últimos anos. Mudança de projetos, vertentes do rap, mudança na sua própria estética corporal, o fato de ter se tornado pai. Tudo isso moldou a imagem do Duzz, na música e na vida. Com tudo isso, você ainda consegue se identificar com seus antigos trabalhos?
D: Legal que você usou a palavra metamorfose, me fez pensar automaticamente de Raul Seixas. “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Eu acredito que o simples fato da gente estar respirando, todos os dias que eles passam, colocam a gente em uma metamorfose. O que muda é que algumas pessoas se permitem ao máximo viver e aproveitar essa metamorfose, observando o que acontece durante esse processo. E algumas pessoas talvez não se possibilitem tanto, acho que é essa a diferença. Mas tá todo mundo vivendo uma. A cada minuto que passa tudo está mudando, nada vai ser igual. Acho que é algo natural, o Duzz é o mesmo de sempre, é o mesmo Eduardo de sempre. Só que foi evoluindo, foi aprendendo, foi se desapegando de coisas e aprendendo outras. Faz parte de uma evolução pessoal, do ser humano, independente de ser artista ou não. Sobre o que você perguntou de me identificar com meus antigos trabalhos, sim, eu me identifico. Era eu ali, tinha sempre o meu princípio, da minha crença, da minha pessoa, da minha educação. Sempre esteve presente naquilo. Eu me identifico porque sou eu, mas em relação a caminhos, não rola identificação. Assim como não pra rola muitas pessoas, que já fizeram várias coisas diferentes. Às vezes você teve um emprego aos seus 16 anos e não necessariamente esse vai ser seu emprego da vida. Talvez você faça outra coisa aos 25, esse foi o meu caso. Eu tive diversos âmbitos profissionais diferentes, em relação a internet, e não rola identificação com isso, porque hoje faço minha parada. Então não, mas eu me identifico como pessoa.
MM: Mudanças nos fazem aproximar e distanciar de pessoas do nosso convívio. A rotina de shows, criação de músicas, viagens e tudo que a vida de um artista proporciona traz muita coisa mas também te afasta de outras. O que o Duzz mais sente falta hoje?
D: Realmente, mudanças fazem a gente se aproximar e se distanciar de pessoas. Com certeza. Eu acho que a vida artística, principalmente quando ela começa a se desenvolver, é muito dolorosa nessa questão. Eeu tava no Rio ontem, e o Uber tava falando sobre gente famosa, meio por cima, e o cara nem sabia que eu era artista. Ele tava falando disso porque a gente tava conversando sobre um ator ou uma parada assim. Aí ele me disse que deve ser um saco ser famoso e ter que sair na rua e tirar foto. E eu tinha acabado de sair do aeroporto e lá em Guarulhos eu tirei tipo umas 5 fotos e quando cheguei no Rio mais umas 3. Lógico que não tá no nível de um famoso global, mas não deixa de ser um assédio. Eu fiquei pensando nisso, porque eu acredito que isso deva ser uma das menores coisas que o artista pensa, independente da proporção dele. Lógico que quando você é muito, muito famoso, você tem que pensar nisso. Mas eu tenho certeza que a maioria dos artistas ou das pessoas que passam por isso, elas só pensam nos problemas que isso traz pra sua vida. E não é só distância, eu posso garantir que não é só isso. Por causa dessa vida que a gente escolhe, a gente vai sentir falta de muita coisa, muita coisa mesmo. O principal pra mim é o meu filho, que eu acabo vendo menos que eu gostaria, em virtude de precisar focar 100% no meu trabalho e correr atrás disso. Depois tem a minha família, que eu como eu saí da cidade onde eu nasci, eu estou distante de todo mundo. Da minha família, dos meus amigos, da minha vida inicial. É lógico que isso é o pior, é o que a gente sente falta, mas eu posso garantir que tem muita coisa que pega a gente na hora do sono, que pega a gente na hora do banho. Coisas que nos fazem ficar refletindo e apanhando. Eu tô passando por essa experiência mais uma vez, já passei de outras formas, em outras áreas, mas agora tá passando de uma forma muito intensa. Não é fácil mesmo.
MM: Recentemente, saiu na Uclã o projeto acústico Duzz Acústico, que vem sendo um grande sucesso. A faixa Quit Cat, inclusive, se tornou a música mais vista do canal do coletivo. Além disso, recentemente você tem lançado algumas músicas no boombap, em uma pegada um pouco diferente do que mais tem feito sucesso na cena hoje. Você considera essa versatilidade de estilos a sua principal marca registrada?
D: Eu considero essa versatilidade algo normal. Muita gente fala de mim em relação a isso, mas eu vejo muitos artistas versáteis na cena. A diferença é que eu vou e exponho essa característica em outras coisas, mas não isso quer dizer que um artista que só faça trap não seja versátil. Se o cara fez um trap com seis flows, com melodia, com punchline, com metáfora e com alternação, ele já se mostrou versátil. 80% da cena do trap eu tenho certeza que vai conseguir fazer um boombap, vai conseguir fazer um acústico, vai conseguir fazer uma outra parada. Eles são artistas abusados, eles não estão nem aí pra nada, ele tem essa rebeldia do trap mesmo. Eu acho isso muito foda. Eu não considero a versatilidade minha principal característica porquê muita gente tem. O artista tem. Eu acho que minha principal marca registrada é o empenho. Eu sou um cara que postou sei lá quantas músicas esse ano, participou de não sei quantos projetos esse ano, botou a cara em não sei quantos cantos esse ano, apertou a mão de trezentas milhões de pessoas e conversou com centenas e centenas de pessoas diferentes sobre trabalho e sobre tudo. Eu me empenhei de verdade por isso, 100% do meu tempo. Eu acho que essa é minha marca registrada. Meu empenho e meu desempenho. Primeiramente meu empenho, depois o desempenho e consequente meus resultados. Minha princial virtude então seria minha visão. Não em relação a minha ideia na letra, minha visão em relação a tudo. Eu soube juntar tudo e tentar fazer a parada do jeito mais certo possível pra mim e pra tudo mundo ao meu redor. Sem prejudicar, diminuir ou afetar ninguém. Eu só fiz a parada do jeito que eu achava que era certo. E eu fiz com muito intensidade. Então minha principal marca é a minha persistência.
Relação com a Uclã e novos projetos
MM: Falando de Uclã, o coletivo vem se consolidando cada vez mais no cenário nacional. A união de artistas de diferentes estilos, com grandes produtores musicais no comando da equipe e a participação de nomes em ascensão, faz do grupo um ponto fora da curva no rap brasileiro. Como é a relação de vocês no dia a dia? Qual a chave de vocês para tamanha sintonia?
D: A nossa relação na Uclã no dia a dia ela é é totalmente sintonizada. Essa é a chave. Entre as pessoas que formam o coletivo, pelo menos entre as mais presentes, que seriam eu, Tpires, China, Peu, Sobs, Sos e agora o Sueth; a parada é muito natural. De amizade, de irmandade, de respeito máximo. Independente de ser agora ou quando a gente não tinha a mesma visibilidade que hoje. A gente só fortificou mais ainda os nossos laços. Virou uma família mesmo, hoje nós olhamos uns pros outros como irmãos, como pessoas da família. E isso já é um grande passo pra ter a sintonia, ter o entrosamento. A Uclã tem uma filosofia de querer fazer tudo da maneira mais correta possível. Desde quando eles me procuraram pela primeira vez, cerca de dois anos atrás, eles deixaram claro que não estavam contentes com várias coisas erradas que estavam acontecendo com gravadoras e artistas, e que eles queriam trabalhar comigo da maneira mais certa possível. Que queriam trabalhar comigo, me ajudar, que eu ajudasse eles, mas tudo da maneira correta. Não tem segredo, se você só planta coisas boas, você só vai colher coisas boas. E a gente sempre buscou coisas boas, sempre se respeitou muito. E isso foi a chave mestra pra gente ter uma sintonia tão grande, ser tão diferenciado, ser fora da curva. Não vou dizer a respeito de ser maior ou melhor, porque eu não acredito nisso, mas eu realmente reconheço que a gente é muito diferente. E acredito que seja por causa dessa intensidade em se sintonizar. Mesmo eu estando mais longe do grupo a maior parte do tempo, por estar em São Paulo, é uma conexão monstra, é uma família monstra. E eu posso garantir que daqui pra frente vocês vão ver muita coisa boa da Uclã, vocês vão ver o crescimento continuar acontecendo, e de pouco em pouco vamos estar criando nossa base de fãs e de trabalho. Até o ponto em que todo mundo vai reconhecer que é real, que é sólido, não é uma gravadora que juntou ali só pra se arriscar. É algo sério, feito do jeito certo e prezando por tudo isso. A Uclã é foda, muito foda! Eu amo meus irmãozinhos!
MM: Por fim, além dos singles no seu canal e os projetos com a Uclã, há algum álbum ou projeto maior sendo desenvolvido?
D: Os singles com clipe que tenho lançado no meu canal fazem parte do álbum Além dos Satélites: Missão Renova. Todos os clipes que vem sendo lançados após Sorry Mom fazem parte desse meu álbum. Na Uclã, a gente tem três ou quatro EP’s em andamento. Tem o EP Vida de Farsa que já está pra vir, tem o EP Caribe que também está vindo bonitão. E tem outros dois que ainda não tem nomes confirmados mas que estão sendo feitos. A gente vai lançar bastante material. E como eu disse, eu tô botando a cara em todo canto, então eu faço participação com muita gente,, trabalho com muita gente que eu conheço. Se eu tô num ambiente de trabalho, música e o ambiente estão maneiros e a energia é boa eu tô rimando. Não tenho frescura pra trabalhar não. Eu vivo disso, eu pago minhas contas com isso, eu cuido da minha família com isso, eu ajudo meus amigos com isso, então eu não tenho tempo ruim pra trabalho. Pra mim é trabalho e se você me respeita e eu te respeito a gente pode fazer algo juntos. Eu também já fiz alguns feats por negócio. No momento eu não estou fazendo mas já fiz alguns negociados. Tive oportunidade de conhecer vários manos que investiram no trampo e viraram amigos. Me possibilitou mais crescimento pessoal. Tem muito projeto pra sair. Tem essa mixtape da 24LL, tem o meu álbum que vai vir quente e tem um projeto com alguns que eu ainda não posso falar muito mas está sendo feito. E participações, muitas participações. Sempre vai ter meu rostinho em algum canto. Sempre vou estar com a galera trampando, porque é isso que eu quero pra mim: trabalhar muito e sempre estar perto de pessoas que querem trabalhar.
O álbum
O álbum ‘Além dos Satélites: Missão Renova’ será o terceiro de Duzz, que em 2018 lançou ‘Auto-Retrato’ e ‘Entre o Céu e o Esgoto’. Klyn, Ecologyk, Raffa Moreira, Kweller e DaLua são alguns dos nomes confirmados no novo disco. O EP Vida de Farsa, citado durante a entrevista, será lançado dia 23/01 pela Uclã.
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