Ruas mais vazias no Corpus Christi ouro-pretano: coincidência?

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Vimos no último feriado de Corpus Christi que o município de Ouro Preto, famosos por seus centenários tapetes acordou menos enfeitado. Fato corriqueiro para quem mora ou frequenta a cidade patrimônio mundial, essa curiosa situação foi manchete em diversos jornais de fora do município.

Talvez a pergunta mais presente nesses semanários externos à nossa região tenha sido exatamente entender o porquê. A meu ver, só quem conhece as nuances locais sabe explicar isso, mesmo que seja hipoteticamente.

Alguns gostam de apostar no acaso, outros menos. Eu sou do segundo grupo. E é aí que centro meu raciocínio.

Nos últimos dois anos, os tapetes da semana santa (em especial), foram alvo de polêmicas após diversas ações truculentas por parte do aparelho repressor do Estado. Mensagens em homenagem a vereadora Marielle, assassinada pelas milícias cariocas ou em defesa da Ocupação Chico Rei, desabrigada recentemente, foram covardemente reprimidas pelas autoridades policiais.

Haja vista o contexto político da nação, onde a arte acaba sendo uma forma de se manifestar, será que é coincidência a diminuição de obras desse tipo?

Por óbvio, com a enorme crise econômica e social que o país vive, os gastos com turismo também diminuem, influenciando diretamente na arrecadação de cidades turísticas, como Ouro Preto, é claro. Portanto, menos gente = menos tapetes.

Outro ponto importante são os investimentos da própria prefeitura para os festejos do Corpus Christi. Com as quedas sucessivas de arrecadação, evidentemente diminui-se o montante a ser aplicado na comemoração da data.

Assim, completo meu raciocínio: se para alguns a explicação da diminuição de tapetes é simplista ou fruto do acaso, para mim, ela é uma soma de diversos fatores. Afinal de contas, não existem respostas simples para questões complexas.

Até a próxima.

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