Que cruzeirense esperaria ver Rogério Ceni com a camisa azul celeste?
Rival conhecido, carrasco em Brasileiros e freguês em mata-matas, o ex-goleiro acertou, no último domingo (11), sua chegada ao Cruzeiro para substituir Mano Menezes no comando da equipe celeste e, assim, tentar tirar o time mineiro da situação incômoda em que se encontra na temporada.
Rogério Ceni tem 46 anos e ganhou fama mundial como jogador de futebol, mais especificamente, goleiro.
Revelado pelo Sinop-MT, Ceni, ainda jovem, mais precisamente em 1990, foi contratado pelo São Paulo, para as categorias de base do clube.
Em 1993, viria a estrear.
Em 96, se tornou titular.
E não saiu mais.
O goleiro atuou até o ano de 2015 pelo Tricolor, onde se tornou um dos maiores nomes da história do futebol.
Goleiro artilheiro Ceni é mundialmente conhecido como o maior “goleiro artilheiro” da história.
Exímio cobrador de faltas e pênaltis, o ex-arqueiro tem nada menos que 132 gols na carreira.
Mais que muito atacante por aí.
Um fato curiosoé que o goleiro Fábio, agora comandado por Rogério, é o goleiro que mais sofreu gols do agora técnico celeste.
Foram sete bolas na rede de Ceni, contra o goleiro celeste.
Seis delas com Fábio jogando pelo Cruzeiro e uma quando defendia o Vasco.
Além de tudo, Rogério é o quinto maior artilheiro do Estádio do Morumbi, com 74 gols, e o décimo na lista da artilharia histórica do São Paulo, tendo marcado 132 gols.
Para se ter ideia, Ceni tem mais gols que o meia Raí, segundo maior ídolo do Tricolor Paulista.
O novo treinador celeste também detém inúmeros recordes na carreira, além do de goleiro com mais gols.
Rogério Ceni é o jogador que mais vestiu a camisa de um mesmo clube na história do futebol mundial, com 1237 jogos pelo São Paulo.
O ex-goleiro é também jogador que mais vezes foi capitão de uma mesma equipe, em 982 jogos, e o jogador que mais venceu por um mesmo clube na história.
Multicampeão Além de vitorioso individualmente, Rogério Ceni é multicampeão, tendo conquistado inúmeros títulos de expressão em sua longa carreira.
Entre suas conquistas se destaca, quatro estaduais, sendo três pelo São Paulo (1998, 2000, 2005) e um pelo Sinop (1990), uma Copa Sul-Americana (2012), três Campeonatos Brasileiros (2006, 2007, 2008), duas Recopas (1993, 1994). uma Supercopa da Libertadores (1993), duas Copas Libertadores (1993, 2005) e dois Campeonatos Mundial de Clubes (1993, 2005).
Com a Seleção Brasileira, Rogério também foi campeão.
O treinador conquistou, no grupo canarinho, a Copa das Confederações de 1997 e a tão sonhada Copa do Mundo, em 2002.
Rogério Ceni como técnico Após se aposentar, Rogério Ceni passou a estudar para se tornar técnico e, em 2017, assumiu o cargo de comandante do São Paulo.
A atitude foi muito criticada pela imprensa, dada a falta de experiência do técnico.
Para muitos faltou humildade de começar num clube menor.
E realmente a inexperiência de Rogério pesou, tendo o treinador não feito um grande trabalho a frente do clube em que é ídolo máximo.
O treinador foi demitido com apenas seis meses de trabalho.
Foram 37 jogos, com 14 vitórias, 13 empates e 10 derrotas.
Um aproveitamento menor que 50%.
Já em 2018, o treinador fez o que foi cobrado em sua estreia na profissão e assumiu o Fortaleza, na Série B.
O recomeço em um clube mais modesto fez bem ao treinador e aí sim ele pode desenvolver, com tranquilidade, suas competências.
E o resultado final foi grandioso.
Pelo time cearense, em um ano e meio, conquistou três títulos: a Série B de 2018, que também garantiu o acesso do time à primeira divisão, o Campeonato Cearense 2019 e a Copa do Nordeste 2019.
Pelo time nordestino foram 94 jogos, com 51 vitórias, 18 empates e 25 derrotas.
Seu aproveitamento foi de 60,64%.
Estilo de Rogério Ceni O Cruzeiro foi atrás de Rogério principalmente pelas características do treinador.
Procurando se desvencilhar do pragmático “Manobol”, como era chamado o futebol defensivo mas eficiente de Mano Menezes, a busca por um treinador mais ofensivo chegou em Ceni.
Adepto de um estilo de jogo mais intenso e veloz, Rogério gosta de suas equipes jogando para a frente, marcando em cima e sendo mais agressiva.
O treinador também não dispensa a utilização de pontas rápidos, sendo com um homem de área e um meia-armador, como no Fortaleza em 2018, ou com dois atacantes a frente, como foi neste ano.
Vencedor, respeitado e com um estilo de jogo que remete as raízes celestes, Rogério terá o desafio de quebrar o gesso instaurado pelo “Manobol” e fazer um Cruzeiro mais ofensivo, veloz, incisivo e principalmente, vencedor.
Confira abaixo, na íntegra, a entrevista coletiva de apresentação de Rogério Ceni.