Segurança do Mineirão é alvo de racismo após clássico

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Após o Superclássico entre Cruzeiro e Atlético neste domingo (10), torcedores atleticanos discutiram com seguranças na arquibancada do estádio Mineirão. Na internet, viralizou um vídeo em que dois dos torcedores exaltados protagonizam cenas infelizes de racismo: “Filho da p***! Olha a sua cor”, disse um torcedor, em meio a outros xingamentos, no segundo 57 do vídeo. O outro, sem camisa, chama o segurança de “macaco”, no segundo 48 do vídeo. Assista ao vídeo abaixo:


Na gravação, também é possível ouvir que os torcedores reclamam por não conseguirem sair do estádio. Os torcedores racistas ainda não foram identificados.
O Atlético se manifestou sobre o caso e divulgou uma nota no Twitter, repudiando a situação:

Thiago Neves se manifesta

O meia Thiago Neves, camisa 10 do Cruzeiro, também se manifestou nas redes sociais após o ocorrido. O meia postou em seu Instagram oficial uma matéria sobre o caso com o texto: “Esse mer** tem que ser banido dos jogos do seu time, isso não existe. O melhor jogador deles (Cazares) é da cor, o zagueiro que tem uma história brilhante pelo clube (Leonardo) é da cor, ele não deve nem entrar nos estádios por causa disso, não respeita ninguém esse bos**! Vou torcer pra você se ferrar e que você nunca mais possa ver seu time no estádio!”. Veja a publicação:

Segurança do Mineirão é alvo de racismo após clássico

Crédito da foto: Reprodução

Racismo no futebol

Cenas lamentáveis como esta ocorrem com muita frequência no futebol. Em outra partida neste domingo, entre Shakhtar Donestk e Dínamo Kiev, na Ucrânia, torcedores do Kiev fizeram ofensas racistas aos brasileiros Dentinho e Taison, do Shakhtar. Em campo, Taison se revoltou, mostrando o dedo do meio e chutando a bola para longe. Entretanto, o jogador acabou sendo expulso por isso e deixou o campo chorando. Dentinho também se revoltou pelo ocorrido.
O episódio ocorreu por volta dos 30 minutos do segundo tempo, e jogadores do Dínamo Kiev deram apoio aos brasileiros dentro de campo. A partida terminou em 1 a 0 para o Shakhtar. No Twitter, o Internacional e Corinthians, ex-times dos jogadores, manifestaram apoio.
 

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“ Amo minha raça, luto pela cor, o que quer que eu faça é por nós, por amor… “ Jamais irei me calar diante de um ato tão desumano e desprezível ! Minhas lágrimas foram de indignação, de repúdio e de impotência, impotência por não poder fazer nada naquele momento ! Mas somos ensinados desde muito cedo a sermos fortes e a lutar ! Lutar pelos nossos direitos e por igualdade ! O meu papel é lutar , bater no peito , erguer a cabeça e seguir lutando sempre ! ✊? Em uma sociedade racista, não basta não ser racista, precisamos ser antirracista ! O futebol precisa de mais respeito, o mundo precisa de mais respeito ! Obrigada a todos pelas mensagens de apoio ! Seguimos a luta …✊? Net rasizmu

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Vale lembrar que racismo é um crime inafiançável e imprescritível, previsto na Constituição Federal.

Confusão e brigas

O clássico foi marcado por muito quebra-quebra e violência no Mineirão, antes e depois do jogo. Antes da partida, torcedores da organizada Pavilhão Independente, do Cruzeiro, agrediram atleticanos que estavam em um carro. Já depois do jogo, torcedores do Galo invadiram o setor dos camarotes e área destinada aos cruzeirenses arremessando cadeiras e agredindo os torcedores do time celeste.
Por fim, a Polícia teve que conter a confusão com bombas e gás de pimenta, e a confusão terminou deixando vários feridos. Além disso, 47 pessoas foram presas por causa das brigas.
A administradora do Mineirão, Minas Arena, se pronunciou sobre as confusões, comunicando que “o setor de segurança do Mineirão trabalhou de forma incessante antes, durante e após a partida para remanejar os profissionais em serviço”.
O Cruzeiro também se pronunciou, lamentando profundamente as cenas de confusão e vandalismo ocorridas no clássico.
Leia também: Racismo no futebol: Europa é despreparada para acabar com o preconceito nos estádios?

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