A banda mineira Skank anunciou nesse domingo (3), que vai fazer uma “pausa” no final de 2020. Um último CD juntos também vai ser produzido, e as gravações começaram nesta segunda-feira (4), no estúdio Sonastério, em Nova Lima. O baterista Haroldo Ferretti explicou que a separação e o começo da gravação do CD não foram planejados. “Foi uma mera coincidência. (O início das gravações) Não tem a ver com a notícia”. Em comemoração aos 30 anos de banda e da despedida, 2020 será reservado para a turnê “30 anos”, que será focada em 30 hits da carreira da banda e uma canção inédita. A turnê vai rodar o Brasil e as datas serão anunciadas em janeiro.
Com a notícia, a página “Enquanto isso em Ouro Preto” postou no Facebook uma imagem mobilizando pessoas para pedir um show de despedida na cidade, relembrando um outro show da banda em Ouro Preto. A imagem traz uma foto de um show que Skank fez na cidade em 2001, na gravação do primeiro DVD ao vivo da banda. Várias pessoas relembram o show: “Fiz parte desse momento! Saudades de tudo!”, “Um show memorável que estará para sempre na história da banda e de Ouro Preto. Merece um bis”, “Show maravilhoso, dia em que vi aquela praça tremer!!!”, dizem nos comentários.
A “pausa” de Skank
Após 30 anos juntos, a banda decidiu se separar. Mas afirmam que o motivo não tem nada a ver com brigas.“Não teve briga nem nada que pesasse para uma decisão figadal. Somente um desejo por experimentação, por correr riscos e buscar outras formas de realização sem ser como Skank”, dizem em nota oficial divulgada no site da banda. Mas, parece que a decisão partiu principalmente de Samuel Rosa, vocalista da banda.
Ao Estado de Minas, o baterista disse que “Foi consensual. Em uma banda como a nossa, que é uma sociedade de cinco pessoas (Samuel, Ferretti, o tecladista Henrique Portugal, o baixista Lelo Zaneti e o empresário Fernando Furtado), as decisões nem sempre vêm de todo mundo junto. Mas, uma vez tomadas, todo mundo se envolve”.
“Nosso grande compromisso é com o público e no cuidado com a carreira. Não acreditamos que é preciso estar em baixa para dar uma parada, não precisa ser trágico, nem problemático”, diz o baixista Lelo Zaneti.
Presente e futuro
“Mesmo que o Skank tenha tido mudanças dentro de sua estética até agora, certas coisas são impossíveis de mudar quando se trata de uma relação dos mesmos quatro indivíduos. Quem sabe se hoje, individualmente, não sejamos melhores do que coletivamente?”, diz o vocalista Samuel Rosa, que pretende lançar um trabalho solo em 2021.
Mas, não é a primeira vez que Samuel faz trabalhos individuais ou projetos além da banda. Lô Borges, por exemplo, é um parceiro do cantor. Eles já estrearam em palco em 1999, no Palácio das Artes e, há três anos, lançaram um CD e um DVD ao vivo. Nando Reis é outro artista que faz pareceria com Samuel. Os dois dividem diversas canções e já até gravaram juntos um especial de televisão. Além deles, Milton Nascimento, Emicida, Negra Li e Beto Bruno também são parceiros do vocalista.
Não é só Samuel que faz outras coisas além da banda. Portugal e Zaneti juntaram com o DJ Anderson Noise no projeto Nie Myer, uma mistura de jazz e música eletrônica.
O tecladista também faz seus próprios shows com músicos da cidade. Ele tem um projeto mensal no Baretto e estreia o Palco Brasil, dedicado ao rock nacional, no Jack Rock Bar.