“Sou médico, não juiz”, publica Drauzio Varella sobre polêmica envolvendo reportagem do Fantástico

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Após um dia inteiro de polêmica envolvendo a reportagem do Fantástico, programa dominical da TV Globo, transmitido no domingo passado (1), em que Drauzio Varella foi até alguns presídios mostrar como é a vida de mulheres trans nos presídios brasileiros, o médico resolveu se manifestar via redes sociais.

A polêmica começou após muitos perfis no Twitter questionarem a reportagem em que, para eles, relativizava e colocava em “posição de vitimismo” presas de crimes hediondos, como foi o caso de Suzy, uma das presas exibidas na matéria que mais causou comoção, após a detenta receber um abraço do médico ao relatar a ele que não recebia visitas no presídio há oito anos.

Após muita movimentação na internet e até campanhas de doação e envio de cartas para a detenta, o site Antagonista publicou uma matéria revelando que a detenta trans Suzy estava presa por ter estuprado e matado um garoto de 9 anos, e que o motivo para que a detenta não recebesse visitas há tanto tempo foi porque a família a renegou devido à “enormidade do crime cometido”, e não pela sua sexualidade.

Muitas pessoas inconformadas com a revelação colocaram hoje Drauzio e Suzy no top trends do Twitter, em sua maioria pedindo, muitas vezes ironicamente e outros com grande revolta, que Drauzio também “vá dar um abraço solidário na família da vítima”.

Após às várias mensagens, o Portal Drauzio Varella, no Facebook, publicou uma mensagem do médico envolvendo toda a polêmica:

Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato de saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultórios ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada (1/03), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz.

Por outro lado, boa parte dos tuítes também defendem o médico:

 

A sentença de Suzy,  em 2010 julgada como Rafael Tadeu Olveira dos Santos, está disponível aqui.

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