Há 200 anos, no dia 9 de abril de 1822, o príncipe regente do Reino Unido do Brasil, Dom Pedro, declarou ao povo de Vila Rica de Ouro Preto que “os ferros do despotismo” não prevaleceram sobre os anseios de liberdade e independência. Recebido de forma festiva, o então futuro imperador do Brasil rendeu homenagem ao berço da Conjuração Mineira, da sacada do Palácio dos Governadores, e ganhou seu apoio para a jornada rumo ao dia 7 de Setembro.
Para celebrar o bicentenário da Proclamação de Vila Rica, a Prefeitura de Ouro Preto, com o apoio da Escola de Minas e do Museu de Ciência e Técnica da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), convida para a cerimônia que será realizada no dia 9 de abril, às 10h, no adro do Palácio dos Governadores de Minas Gerais, com a presença de Sua Alteza Imperial, o Príncipe Dom João de Orleans Bragança, tataraneto de Dom Pedro I.
“O tataraneto de Dom Pedro I virá para repetir o ato que foi feito no dia 9 de abril. É um evento muito significativo e simbólico”, disse a secretária de Cultura e Turismo de Ouro Preto, Margareth Monteiro, ao Mais Minas.
Dom João de Orleans e Bragança carrega o sobrenome mais tradicional do Brasil. O “príncipe”, como é conhecido, é herdeiro direto da família imperial brasileira.
O Império foi fundado menos de 20 anos após a chegada da família real portuguesa ao Rio em 1808, fugindo de Napoleão na Europa. Em uma cidade de 100 mil pessoas, desembarcaram 30 mil portugueses. A instalação da Corte requereu que 10 mil nativos deixassem suas casas para dar lugar aos recém-chegados.
Dom João de Orleans e Bragança possui uma casa em Paraty (RJ), onde há retratos de seus antepassados que mostram uma curiosa mistura de personagens com semblantes e roupas europeus com paisagens tropicais. A exemplo do triavô, Dom João também tem gosto por fotografia.
A monarquia perdeu o poder no país no dia 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República.