Quando se vai construir uma casa, a primeira preocupação é a base, ela tem que ser bem pensada, bem executada e acima de tudo sólida, afinal, será ela que irá sustentar todo o resto seja uma pequena casa ou um grande edifício. A ideia da casa começa na base. Não existe casa sem base. Embora, a mesma, não apareça, não possa ser exibida para a visita e não chame tanto a atenção tal qual um belo acabamento.
Pode ser uma bela casa, com um acabamento maravilhoso, mobília de qualidade, que encha os olhos e agrade à vista de todos, se a base não for boa, uma hora aparecerão ás trincas, rachaduras e frestas e assim todo o encanto e beleza podem vir abaixo, frente a uma forte tempestade ou um vendaval.
Essa é a situação do futebol brasileiro. A preocupação sempre foi com a casa que se vê, com a beleza que esta à vista dos olhos, ou seja: o time principal. A base nunca foi valorizada, nunca foi alvo de um planejamento e nunca existiu um projeto para a mesma, nem em clubes e nem na seleção. A base é colocada em containers e na mão de pseudotreinadores.
As trincas do nosso futebol começaram a aparecer, fracassos constantes em copas do mundo, eliminações frente a times modestos nos torneios continentais e nível técnico baixíssimo no campeonato nacional. O vendaval veio (7×1), e demonstrou as graves falhas estruturais da bela construção que ostentamos (somos o pais do futebol, um celeiro de craques), mas continuamos preocupados em melhorar a aparência da casa, cobrir a rachadura, colocar uma nova pintura… Trocamos o técnico, contratamos medalhões, repatriamos craques e promessas que não vingaram e a base continua ignorada, afinal de contas ninguém a vê. E assim se gasta tempo e dinheiro e nada de sólido e permanente é feito.
Se este pensamento não for mudado, se a base não for reestruturada, uma hora a casa cai de vez.