Você conhece o “Marias de Minas“? Essa é uma torcida LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer) fundada em 2019 em busca de discutir meios para acabar com a homofobia dentro do futebol mineiro. O grupo, formado por quase 60 pessoas, apresentou propostas para entidades do futebol, em busca de promover a inclusão no esporte e o fim da homofobia.
As propostas da luta contra a homofobia já está nas mãos de alguns representantes do futebol mineiro, como os clubes do América e do Cruzeiro, além da Federação Mineira de Futebol (FMF), o Tribunal de Justiça Desportiva de Minas (TJD-MG) e o Mineirão. O time do Atlético ainda não foi comunicado.
A homofobia dentro dos campos
Ontem usaram esse vídeo para propagar homofobia, hoje eu uso pra dizer o quanto eu te amo ?? pic.twitter.com/jHaDMagx2z
— Yuri Senna (@sennacec) September 10, 2019
A torcida da raposa puxou hinos homofóbicos durante uma partida contra o Vasco em setembro de 2019. “Cachorrada filha da pu**, chupa ro** e dá o c*. Ei, Galo, vai tomar no c*! Ei, Galo, vai tomar no c*! Sou eu, sou eu, sou eu da Máfia Azul sou eu, até morrer!”, foi cantado pelos torcedores. Apesar do ato de homofobia, o árbitro da partida deixou o jogo continuar e ignorou o fato.
Outro caso, fora do futebol mineiro, aconteceu em uma partida entre o Vasco e São Paulo. Alguns torcedores do Vasco gritavam “Time de veado” e então o árbitro parou a partida até que os vascaínos parassem com os gritos homofóbicos.
Durante a Copa América no Brasil a CBF foi multada pela Conmebol por gritos homofóbicos vindo da torcida brasileira. A palavra “bicha” era gritada pelos torcedores.
Propostas da torcida Marias de Minas
- Solicitar ao STJD a correção da Recomendação 01/2019, publicada em 01 de agosto de 2019 que cita opção sexual ao invés de orientação sexual e identidade de gênero.
- Apoiar a inclusão em pauta do legislativo da atualização do artigo 243-G do CBJD que não cita orientação sexual e identidade de gênero.
- Que medidas e protocolos sejam adotados a fim de garantir a segurança de pessoas LGBTQI durante as partidas de futebol nos estádios, como seguranças qualificados e aptos para atender demandas desse público, além do posicionamento firme e coerente dos agentes que promovem e executam o futebol em Minas Gerais (times, órgãos públicos e privados, estádios) contra esse tipo de preconceito.
- Reforçar orientação aos árbitros e auxiliares de arbitragem para interromper partidas quando identificada qualquer ação de caráter LGBTfóbico (como uso de termos pejorativos ou canto de músicas de teor homofóbico) por parte de torcedor, jogador ou qualquer membro de comissões técnicas. Tais atos devem ser relatados na súmula e responsáveis julgados e devidamente punidos de acordo com orientações do STDJ.
- Clubes promoverem ações em suas redes sociais sobre o combate à LGBTfobia e comunicar formalmente aos torcedores sobre este ofício e a intolerância a todo e qualquer tipo de preconceito.
- A garantia de revista de mulheres trans por policiais femininas nas entradas dos estádios, e homens trans por policiais homens.
- Respeito ao nome social das pessoas travestis e transexuais nos registros de associados e associadas dos clubes, bem como no tratamento por parte de qualquer agente envolvido no futebol do estado.
- Estímulo para a criação de grupos e movimentos, multidisciplinares, que ajudem a debater e criar soluções para o combate a LGBTfobia nos clubes e estádios, assim como acolhimento dos movimentos e torcidas LGBTQI que já têm surgido de forma independente.
- Campanhas, workshops, cursos e demais ações de caráter educativo para as entidades e agentes do futebol (federação, árbitros, jogadores, seguranças, etc.) sobre o que é a LGBTfobia e seus males.
- Disponibilização de aplicativo para denúncia de casos de LGBTfobia nos estádios. O aplicativo poderia estar diretamente ligado a órgãos de segurança pública.
- Desenvolver e transmitir nos intervalos das partidas vídeos educacionais de combate a LGBTfobiano futebol, tanto nas TVs do estádio quanto no telão
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