Três pintores tiveram sonolência e tontura por inalação de forte cheiro de solvente de tinta durante um trabalho no Condomínio Univercita, no bairro Shopping Park em Uberlândia. Um deles chegou a desmaiar e ficar presa por duas cordas em uma altura considerável.
Todos eles já foram resgatados e estão passando por avaliação do quadro de saúde pelo médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para serem conduzidas à unidades de saúde.
A ocorrência aconteceu cerca das 14h desta quinta-feira (30). Quando o Corpo de Bombeiros (CBMMG) chegou até o local um dos pintores estava preso por cordas em uma certa altura, já os outros dois estavam no chão e tiveram uma melhora gradativa.
Os pintores trabalhavam em uma torre de uma caixa d’água no Condomínio Univercita e tiveram que ser afastados do local pelos bombeiros.
Veja o vídeo do resgate:
Problemas de saúde por conta de tinta
As tintas que realmente podem causar problemas à saúde, como intoxicação, irritação nos olhos, dor de cabeça, enjoos ou desmaios, são as sintéticas, que são derivadas do petróleo e devem ser evitadas. Porém, existem tintas que não possuem metais pesados em sua composição e, por isso, são consideradas opções mais seguras. São os casos das acrílicas ou à base de látex, as não tóxicas e as sem cheiro. Elas podem são diluídas em água ou solventes orgânicos.
De acordo com um estudo publicado na revista médica Neurology em 2018, pessoas que foram expostas a tinta ou outros solventes têm 50% mais chances de desenvolver esclerose múltipla. E para os fumantes o risco é ainda pior, tendo 30 vezes mais chances de desenvolver a doença.
No estudo desenvolvido pelos cientistas, foram identificadas 2.042 pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla na Suécia. No grupo sem os genes para a doença, que não fumavam e não haviam sido expostos a solventes, havia 139 pessoas com esclerose múltipla e 525 pessoas sem a doença. Já no grupo com os genes e exposição a solventes, mas não fumantes havia 34 pessoas com esclerose múltipla e 19 pessoas sem a doença. No grupo com os genes e exposição a solventes e tabagismo havia 40 pessoas com esclerose múltipla e cinco pessoas sem a doença.
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