A demissão de Adilson Batista, que não resistiu a pressão de mais um mal resultado, dessa vez a derrota para o Coimbra, que ainda não havia vencido na temporada, por 1 a 0, trouxe alívio a muitos torcedores que pediam a cabeça do técnico. Mas, por outro lado, a saída do treinador e suas palavras na entrevista coletiva que concedeu logo após a demissão, levantaram questionamentos acerca dos reais problemas do clube. Afinal, trocar de treinador resolverá os problemas do Cruzeiro?
Desde o meio de 2019, o Cruzeiro vem passando por uma situação que havia se tornado incomum no clube. A troca de treinadores. Após ficar três anos no cargo, Mano Menezes foi demitido após início ruim no Brasileirão e a partir daí, tudo desandou. Quatro treinadores e quatro demissões no período. Nem Mano, nem Rogério Ceni, tampouco Abel Braga e Adilson Batista conseguiram resolver os problemas da Raposa.
Na coletiva após sua demissão, Adilson Batista reclamou de diversos problemas do clube, entre eles a demora nas contratações e reforços equivocados, interferências externas nas escalações, falta de paciência da torcida e imprensa, além de ter trabalhado com jogadores que não estavam nos planos da equipe.

Visto o amadorismo que se instaurou na administração do clube, somado aos problemas financeiros e jurídicos da equipe, o torcedor teme que nenhum nome possa trazer a estabilidade necessária para tocar a temporada celeste e devolver o Cruzeiro a Série A do Campeonato Brasileiro. O elenco possui carências e o trabalho ruim feito por Ocimar Bolicenho nos pouco mais de dois meses no qual ficou a frente da diretoria de futebol estrelada deixou lacunas, mesmo com um número alto de atletas. O tempo perdido com uma demissão no início do ano também prejudica.

Possibilidades de evolução
Apesar de todos esses problemas, é inegável que Adilson Batista esqueceu de questionar um ponto na campanha do Cruzeiro: seu péssimo trabalho. O treinador, que acumula um bom trabalho na carreira, há mais de dez anos, no próprio time celeste, jamais demonstrou ter a possibilidade de dar um rumo ao time celeste, além de abusar da incoerência e da falta de repertório.
A cada dia que se passava, o futebol do time piorava e isso é culpa do treinador. Oportunidades ilimitadas a quem não rendia e uma falta de coerência ímpar nas escalações também mostravam a falta de capacidade de Adilson Batista em comandar a reconstrução celeste.
O time se mostrava cada vez menos criativo e os jogadores eram escalados de forma que não rendiam, como Maurício isolado na ponta direita, Everton Felipe na esquerda e Marcelo Moreno caindo pelas pontas. As inúmeras falhas defensivas também escancararam um problema não individual, isso porque cinco jogadores diferentes atuaram na zaga celeste, em diferentes duplas, e em todas as formações houveram falhas.
Portanto é de se esperar que, se o próximo nome for escolhido com cuidado e puder agregar ao Cruzeiro, o time melhore. São claras as limitações do elenco azul, mas nada que se compare com algumas equipes que a Raposa não conseguiu vencer, como São Raimundo-RR, Patrocinense e Coimbra. Portanto, fica claro que um treinador seja, talvez, a principal carência do clube.
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Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, passou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.