Devido a grandes investimentos, a cada ano que passa o carnaval de Belo Horizonte ganha mais relevância. Com um cronograma intenso e diversificado, a festa toma as ruas, atraindo não apenas os moradores da capital, como também turistas. O principal motivo? Os blocos de rua!
Temáticos, engraçados, políticos, curiosos, religiosos, enfim, durante os quatro dias de folia a metrópole oferece muitas opções de blocos carnavalescos, para gostos e faixas etárias variados e com tantas possibilidades fica até difícil para o público escolher o roteiro para o Carnaval, já que muitos blocos desfilam simultaneamente.
Quem escolheu Belo Horizonte para passar o Carnaval deve se atentar à programação, pois ela é composta não apenas de blocos de rua, como também os caricatos, afros e desfile de escolas de samba, além de outras intervenções artísticas esporádicas que podem ocorrer em bairros mais afastados do centro.
Alguns blocos de rua são mais aclamados, sobretudo por possuírem um histórico de longa data dentro do carnaval de BH. Outros são propostas mais recentes, mas que ganharam a preferência do público. Irreverentes e muito estilosos, estes cortejos entregam um charme especial atraindo grande público e crítica. Eles se consolidaram como os maiores blocos de rua do Carnaval do município.
A curiosidade para conhecer esses blocos bateu? Veja quais são!
Dez Blocos de Rua imperdíveis em Belo Horizonte
Os blocos de rua de Belo Horizonte começaram a ganhar força em 2009, é fato que não são a manifestação popular mais antiga do carnaval, antes deles, BH já recebia desfile dos blocos caricatos e das escolas de samba, mas foi a partir da ascensão dos blocos de rua que a cidade passou a ter maior visibilidade como promotora da festa popular.
Durante o carnaval de 2013 o Centro e o bairro Santa Tereza ganhou notoriedade, sobretudo por causa dos blocos de rua. Mas foi em 2019, quando aproximadamente 4,3 milhões de pessoas foram às ruas da capital mineira para curtir a folia, que o carnaval de BH ficou famoso. Na ocasião desfilaram 400 blocos em 447 cortejos.
O sucesso do carnaval de BH foi, assim como em todas acidades brasileiras, interrompido por causa da pandemia. Agora, a Belotur, empresa que organiza o carnaval da cidade, batalha para resgatar a grandiosidade da festa. Conheça alguns blocos de grande relevância para a festividade de fevereiro.
Então, Brilha
Com o primeiro cortejo datado em 2010, o bloco de rua Então, Brilha, se consolidou rapidamente como um dos principais da cidade. Com nome, hino e até mesmo as cores inspirados na obra “Gente é pra brilhar”, do poeta russo e revolucionário, Vladimir Maiakovski, o bloco já tem sua marca registrada na história do carnaval de BH.
Em 2019 mais de 100 mil foliões se concentraram na rua Curitiba, ás 5 h da matina para acompanhar o bloco Então, Brilha. Estava chovendo, mas nada fez a multidão parar e nem o trio deixar de seguir seu trajeto rumo á Praça da estação. Neste dia além de levar alegria ao público, o bloco homenageou as vítimas da tragédia de Brumadinho.
A emoção se repetiu em 2020, ano em que o bloco completou 10 anos de atuação na cidade,, a purpurina, magia, resistência e uma enorme bandeira com as cores do bloco mais uma vez tomaram conta do centro de BH. Já em 2021, por causa da pandemia, o bloco desfilou, mas não houveram foliões, foram apenas organizadores e os artistas, o cortejo foi transmitido pelas redes sociais. No ano passado (2022) o bloco saiu em um trenzinho da alegria.
Para este ano (2023) a expectativa é grande. Embora ainda não tenha sido divulgada a data do cortejo, tudo indica que seja no tradicional sábado de carnaval, às 5h30.
Cores do bloco de rua Então, Brilha: rosa e dourado. O rosa simboliza a diversidade e o dourado o Sol.
Baianas Ozadas
Representando a liberdade religiosa, a alegria e o batuque da Bahia, o bloco Baianas Ozadas vem conquistando o público desde 2012. Ninguém fica parado quando o largo corredor “pintado” de branco toma a avenida Afonso Pena. Em cima do trio os artistas desfilam um repertório de axé vintage, enquanto que lá de baixo, além da bateria, várias alas do bloco desfilam, como a infantil, por exemplo.
Fundado pelo produtor cultural e jornalista Ilhéus (BA), Geo Cardoso, o Baianas Ozadas pode ser considerado um pedaço da Bahia em Minas, já que as duas culturas “dialogam” muito bem. Dentro do cordão se vê muita gente de trajes brancos, com turbante na cabeça e colares de missangas coloridas no pescoço, estética que faz parte de religiões de matriz africanas, como o candomblé e a umbanda.
E do lado de fora da corda os foliões admiram a passagem do trio, cantando e se emocionando junto com o bloco, no embalo de hits baianos como “Faraó Divindade do Egito”, “Prefixo de Verão”, entre outros.
Monobloco
Tendo como porta-voz Pedro Luís, o Monobloco, diferente dos demais, não tem origem em Belo Horizonte, e sim no Rio de Janeiro, mas, assim como no Rio, o grupo montou uma oficina de interação em que se ensinava a tocar instrumentos de percussão, o projeto cresceu e passou a fazer parte, também, do carnaval mineiro.
Com sua grande bateria, o Monobloco sempre se apresenta durante o dia, nas imediações do Mineirão. Em cima do trio, Pedro Luís e banda levam para o samba canções como “Pescador de Ilusões”, “Morena Tropicana”, “Pro Dia Nascer Feliz”, entre outras. A mistura de rock com batuque é o que mais surpreende o público.
Quando Come se Lambuza
Misturando vários estilos musicais, como axé, sertanejo, funk, mpb, e outros, o bloco Quando Come se Lambuza tem um astral veraneio. A combinação do azul piscina e rosa chiclete entregam uma estética quente, que remete á doçura e tranquilidade. É nessa harmonia que o bloco se propõe a sair pelas ruas “numa vibe de celebração do verão, com muita música, azaração, gingado, beijo na boca e energia positiva”, conforme publicado em suas redes socias.
Juventude Bronzeada
Desde 2014 o bloco Juventude Bronzeada vem dando o que falar no carnaval de Belo Horizonte. O nome criativo que faz alusão á um clássico da MPB, “Juventude Transviada”, do saudoso Luiz Melodia e embalado pelo axé music dos anos 200, além de hits mais atuais, o bloco agita um grande público e sempre com os participantes vestidos com as cores da bandeira LGBTQIAP+.
Funk You
“Alô DJ, solta o pancadão!” Como o próprio nome diz, o bloco Funk You é dedicado a um dos estilos musicais mais populares do Brasil, o funk. A fusão de bateria (tipo escola de samba) com a batida eletrônica deu super certo na capital mineira. Desde 2016 os foliões se concentram na frente da Igreja São José, que fica na Avenida Afonso Pena, com um único objetivo, “rebolar a raba”.
Chama o Síndico
Na pegada do soul e do samba rock, o Chama o Síndico, é um bloco colorido, que além de muita alegria leva a oportunidade de reflexão aos foliões. Além da banda quebrando tudo em cima do trio, o bloco conta com diversos artistas que se apresentam no chão. São dançarinos de dança de rua, pernas de pau, malabaristas, entre outros, que interagem diretamente com o público.
Com o jeito carioso com o qual Jorge Ben Jor chamava Tim Maia, o nome do bloco não é atoa, todo o repertório de Tim é desfilado, de uma forma bem carnavalesca e pra cima, com arranjos de metais, o que entrega muita pressão para o público.
Garotas Solteiras
Mulheres como protagonistas de sua própria alegria, essa é a propostas do bloco Garotas Solteiras, em que se comemora a emancipação feminina, trazendo a oportunidade para muita zoação e azaração feminina. A diva inspiradora do bloco é a Queen B, uma gamer que ganhou destaque jogando League of Legends.
O Garotas Solteiras levanta a bandeiras da igualdade social e milita pelos direitos LGBTQIAP+.
Lindo Bloco do Amor
Em homenagem a um compositor, musico e cantor que trouxe muitas contribuições para a formação cultural brasileira, todos os anos o Lindo Bloco do Amor propões um circuito pela história de Gozaguinha. Trazendo grandes sucessos como “É”, “É o que é”, “O Homem Falou”, a música que inspirou o nome do bloco, “Lindo Lago do Amor”, entre outras, além de levar o público á delírio interpretando clássicos do pai de Gonzaguinha, o ícone da música nordestina Luiz Gonzaga, o Rei do baião.
Uma curiosidade sobre o bloco é que diferente dos demais, ele sai de noite.
Unidos da Estrela da Morte
Criado pelo fã clube de Star Wars, Conselho Jedi Minas, o bloco de rua Unidos da Estrala da Morte é diferente de tudo o que se entende como carnaval. Formado por uma maioria de nerds, o bloco celebra a série de nove filmes “Guerra nas Estrelas”. Por isso os participantes se vestem de cosplay, trazendo um mood futurista para a folia mineira.
Embora tenha como nome e tema a Star Wars, os foliões se vestem de personagens de outros filmes e por ser um bloco bastante curioso, se tornou tradição que pais e responsáveis levem suas crianças para participar, é cada fantasia mais fofa do que a outra!
Cronograma do carnaval de Belo Horizonte 2023
Os bloquinhos de rua de Belo Horizonte deixaram de ser “inho” há alguns anos, mas continuam seguindo o conceito, que manter a originalidade. Esse é um dos principais motivos que faz com que as produções carnavalescas ganhe destaque em escala nacional. Alguns blocos que sairão as ruas no próximo carnaval já tiveram data e horários divulgados. Veja os que mencionamos neste artigo.
Então Brilha – 18/02, ás 5h30
Baianas Ozadas – 20/02, ás 11h
Juventude Bronzeada – 21/02, ás 11h, Avenida Assis Chateubriand, 143
Funk You – 21/02, às 9h
Monobloco – não divulgado
Chama o Síndico – não divulgado
Garotas Solteiras – 20/02 (horário e local ainda não foram divulgados)
Lindo Bloco do Amor – não divulgado
Unidos Estrela da Morte – dias 18 e 20 de fevereiro, no bairro Floresta (de Endor)
Lindo Bloco do Amor – Não divulgado
A programação dos blocos de rua do carnaval de Belo Horizonte vem sendo divulgada gradualmente. Para acessar o que já foi divulgado basta acessar o Portal Belo Horizonte. vale ressaltar que o pré-carnaval começa no dia 4 de fevereiro, com o cortejo dos blocos: Como te Lhama, Andacunfé, Então Planta!, Axé lá de 90, Trema na Língua, Cefet com Banana, Samba Cana, Sagrada Profana, Boi da Manta e seus Filhos, Bloco ZN, Demorô, Mais Feliz que Pinto no Lixo, Bloco da Capoeira, Bloco do Mo Fio, Mexiana e Tamborins e Tantãs.
Vai pro bloquinho? Vá confortável!
Não adianta dar “close” no carnaval e não conseguir curtir o bloco por completo por causa de alguma roupa, calçado e até maquiagem desconfortável. O estilo, o colorido e a magia do carnaval são importantes, afinal são eles que deixam os quatro dias mais atraentes, mas o conforto deve ser priorizado. Veja algumas dicas!
- Use tênis;
- Use uma blusa meia estação para proteger as costas e ombros do Sol;
- Cuidado com o excesso de glitter na maquiagem;
- Use e abuse do protetor solar;
- Se estiver chovendo, que tal uma capa de plático?
- Sempre hidrate o corpo com água ou suco;
- Evite o excesso de bebidas alcoólicas;
- Se alimente de três em três horas;
- Gostou de alguém do bloquinho? Se proteja!
- Evite levar celular ou qualquer aparelho eletrônico para a rua;
- Evite levar grandes quantidades em dinheiro, seja estratégico na hora de guardar documentos e cartão de banco;
- Se for beber, não dirija;
- Evite ir para lugares afastados com pessoas desconhecidas;
- Presenciou alguma briga? Saia de perto; e
- Não se esqueça, não é não.