A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ampliou sua parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para três projetos de combate ao coronavírus. Com isso, o Parlamento acertou um repasse de R$ 1.547.388 para a instituição.
Dentre os projetos da UFMG, há o desenvolvimento de um respirador mais barato e de produção e distribuição de máscaras faciais de acrílico para trabalhadores da saúde. O recurso será dividido em três parcelas iguais repassadas no mês de maio, junho e julho.
“Nunca a UFMG teve uma parceria tão profícua e tão intensa com a Casa do Povo que é a Assembleia Legislativa de Minas Gerais”, afirmou a reitora da universidade, Sandra Goulart Almeida, durante a solenidade.
De acordo com o deputado Agostinho Patrus, para que houvesse o repasse à UFMG, foi preciso a economia de 30% da verba do gabinete de 77 deputados estaduais durante os três primeiros meses de pandemia. Além disso, lembrou que esse não foi o único repasse da ALMG para o combate ao coronavírus, houve também o repasse de R$ 300 milhões em emendas ao orçamento que foram direcionadas para ações de apoio ao setor da saúde e outras áreas prejudicadas pela pandemia.
Ventiladores hospitalares
Outro projeto beneficiado com o recurso é o desenvolvimento de ventiladores hospitalares mecânicos, que funcionam mesmo com ausência de energia elétrica. De acordo com Geraldo Márcio Alves dos Santos, professor da Faculdade de Educação da UFMG e um dos coordenadores do trabalho, o objetivo é criar um respirador que use apenas peças nacionais e, assim, tenha um custo mais baixo.
Segundo Geraldo, dois protótipos já foram testados e agora falta apenas melhorar a precisão no controle da quantidade de ar a ser ventilado. Ainda de acordo com o professor, a verba da ALMG deve ser utilizada para adquirir peças, como válvulas e cilindros, para esse fim. O professor acredita que, em breve, o equipamento poderá ser testado clinicamente e produzido em larga escala.
Máscaras
Mais um outro projeto é para produção de máscaras faciais de acrílico destinadas para uso de profissionais da área da saúde. O trabalho, segundo a professora do Departamento de Química da UFMG, Heveline Silva, reuniu voluntários com acesso a impressoras 3D para produzir peças que compõem esses protetores. Na universidade, essas peças são montadas e distribuídas para os hospitais. Também o Cefet e a Fiocruz participam do trabalho.
De acordo com a UFMG, mais de 5 mil protetores já foram entregues pelo projeto, iniciado no fim de março, para hospitais, UPAs e centros de saúde de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ibirité, Ribeirão das Neves, Divinópolis, Varginha, Boa Esperança, Poços de Caldas, Pará de Minas, Itabira, Pedro Leopoldo, Barroso, Montes Claros Itajubá e outros.
As próximas cidades atendidas serão, ainda de acordo com a professora, Barbacena, São João del Rei, Poços de Caldas, Diamantina, Sete Lagoas, Viçosa, Teófilo Otoni e outras, num total de 10 mil protetores distribuídos.
Telemedicina
O terceiro programa beneficiado é o Telecovid-19, iniciativa é do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG e consiste em um serviço de atendimento para tirar dúvidas sobre Covid-19 acessível a todo cidadão, com teleconsultoria para profissionais de saúde e teleconsulta para pacientes com doença crônica.
A expectativa é de que, até outubro, sejam realizadas 15,5 mil consultas para doentes crônicos, 20,7 mil para dúvidas sobre Covid-19 e mil teleconsultorias para profissionais de saúde da atenção básica.
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