Nos próximos quatro anos, a Usiminas vai investir pesado para modernizar parte da sua produção em Ipatinga, no Vale do Aço. A empresa anunciou que vai aplicar R$ 1,7 bilhão na reconstrução da bateria 4 da Coqueria 2, equipamento que faz parte do processo de produção de coque, um tipo de combustível essencial para o funcionamento dos altos-fornos.
Esse investimento, conhecido como pad-up (reconstrução parcial com melhorias), será feito aos poucos: cerca de R$ 80 milhões já em 2026 e o restante diluído até 2029, quando a nova bateria deve começar a funcionar de vez.
O que a Usiminas pretende com isso?
Segundo a própria empresa, o principal objetivo é produzir mais coque dentro de casa e comprar menos de terceiros. Além disso, com a nova bateria, a Usiminas espera gastar menos com energia e tornar o processo de produção mais eficiente.
— Esse projeto vai permitir que a gente melhore o uso de combustíveis nos altos-fornos e aumente a competitividade da nossa usina — afirmou o CEO da empresa, Marcelo Chara, durante uma conversa com investidores.
Já o vice-presidente de Finanças, Thiago Rodrigues, explicou que a nova bateria terá capacidade para produzir mais de 500 mil toneladas de coque por ano, o que pode até tornar a Usiminas autossuficiente, dependendo do ritmo da produção e das condições do mercado.
Outro ponto importante é que, ao produzir o coque bem ao lado do alto-forno, o material chega com mais qualidade e sem tanto desgaste. Isso ajuda a reduzir o consumo de combustível no forno e gera economia na operação.
Reforma de outra bateria segue em andamento
Enquanto a nova bateria 4 está sendo planejada, a bateria 3 da Coqueria 2, que hoje é a única funcionando, está passando por reformas desde fevereiro de 2024. A previsão é que fique pronta em 2026. O investimento nessa reforma é de aproximadamente R$ 950 milhões, com foco em aumentar a produção de coque e prolongar a vida útil do equipamento.
Menos investimento previsto para 2025
Por outro lado, a empresa anunciou que vai reduzir um pouco o total de investimentos previstos para 2025. A projeção agora é de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão, um pouco abaixo do valor anterior, que era de até R$ 1,6 bilhão.
Segundo Rodrigues, essa redução não significa que projetos foram cancelados ou adiados. Na verdade, ele explicou que a empresa conseguiu economizar na contratação de mão de obra e na gestão dos projetos, reorganizando melhor os recursos.
Onde a Usiminas tem investido mais?
Nos seis primeiros meses de 2025, a empresa investiu R$ 553 milhões. Desse total, 87% foram para o setor de siderurgia (produção de aço) e 13% para mineração. Só nos três primeiros meses do ano, foram aplicados R$ 289 milhões, e nos três seguintes, R$ 334 milhões.
Esse aumento entre os trimestres está ligado principalmente ao avanço da reforma da bateria 3 e à instalação de uma nova planta de injeção de carvão pulverizado (PCI) no alto-forno 3, que deve ficar pronta no ano que vem. O PCI ajuda a economizar coque no processo de produção de aço.
Com esses projetos, a Usiminas espera se tornar ainda mais eficiente e competitiva, garantindo sua força no mercado nos próximos anos.