A mineradora Vale informou que, após mais de um ano, retomará as operações na Mina de Timbopeba, parte do complexo Mariana, na cidade de Ouro Preto. De acordo com a empresa, as atividades que serão adotadas não necessitam do uso de barragens, sendo utilizado o processamento a seco.
Segundo nota da Vale, a volta das operações foi autorizada pela auditoria externa contratada pelo Ministério Público do Estado de Minas gerais (MPMG), conforme acordo entre a mineradora e os Promotores na Ação Pública de Timbopeba.
As atividades na mina estavam paralisadas desde março de 2019, por riscos de rompimento da barragem da barragem Doutor, que faz parte do complexo. Após ficar quase um ano parada, em janeiro de 2020 foram realizados testes que comprovaram que a retomada de atividades de operação em Timbopeba, nos moldes de processamento a seco, não resultariam em impacto nas estruturas geotécnicas da unidade. Trocando em miúdos, não representariam aumento no risco de rompimento ou causaria danos na estrutura da barragem.
Processamento a úmido (que gera rejeitos)
Ainda de acordo com a nota da Vale, a empresa espera retomar o processamento a úmido no final de 2020. Esse tipo de atividade gera rejeitos, que são comumente depositado nas barragens. Mas, de acordo com a empresa, a pretensão é concluir a construção de um duto para a disposição de rejeitos na cava de Timbopeba. Essa operação necessita de autorização externa.
A Vale também estuda formas de adiantar o retorno de operações com processamento a úmido. A retomada das atividades na mina de Timbopeba com o processamento a seco permitiria a produção mensal de aproximadamente 330.000 toneladas de finos de minério de ferro. Já a retomada do processamento a úmido possibilitaria que Timbopeba atingisse a sua produção máxima, de cerca de um milhão de toneladas por mês.
População evacuada em Ouro Preto
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Defesa Civil de Minas Gerais informou que quase 80 famílias do distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto, estão sendo retiradas de casa, desde o dia 9 de abril, devido ao aumento para o nível dois de risco da Barragem do Doutor, da mineradora Vale.
Com o nível dois de risco da barragem, é recomendada a retirada de pessoas da chamada zona de autossalvamento. A Defesa Civil informou ainda que a Barragem do Doutor tem o triplo da quantidade de rejeitos que tinha a que se rompeu em Brumadinho. Porém, de acordo com a Vale, não há risco de rompimento.
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